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Tarifa de Trump é medida para 'salvar delinquente', diz ministro de Lula no ES

Tarifa de Trump é medida para 'salvar delinquente', diz ministro de Lula no ES

Fazendo referência a Jair Bolsonaro, citado por Trump como alvo de “caça às bruxas”, Márcio Macêdo condenou a decisão do republicano de tarifar produtos brasileiros para defender aliado político

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 10 de julho de 2025 às 17:19

Ministro Márcio Macêdo conversou com A Gazeta nesta quinta-feira (10)
O ministro Márcio Macêdo integra comitiva da visita presidencial ao Estado Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em visita ao Espírito Santo como integrante da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que deve chegar ao Estado nesta sexta-feira (11) —, Márcio Macêdo, ministro da Secretaria Geral da Presidência, avaliou a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados UnidosDonald Trump, sobre produtos brasileiros importados pelo país norte-americano.

Segundo Macêdo, que conversou com A Gazeta em Linhares, no Norte do Estado, a medida do republicano é base de uma “extrema direita que tem um modus operandi baseado no caos” e uma medida para “salvar delinquente”.

A fala do ministro faz referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, citado na carta sobre as tarifas de Trump como alvo de uma “caça às bruxas”, devido ao processo ao qual responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

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Tarifa de Trump é medida para 'salvar delinquente', diz ministro de Lula no ES

“[Trump] tenta fazer confusão para desestabilizar politicamente a democracia. Então, às vezes, a gente não sabe nem se isso é para valer, como ele fez com a China: anunciou e depois retrocedeu uma semana depois”, disse o ministro, destacando que a tarifa de Trump, anunciada na carta aberta enviada ao presidente Lula, será alvo de uma resposta recíproca.

Nós não vamos admitir qualquer invasão da nossa soberania e qualquer atentado contra o nosso povo

Márcio Macêdo

Ministro da Secretaria Geral da Presidência

Ainda segundo o ministro, a decisão “inusitada de Trump para beneficiar um aliado político” prejudica 214 milhões de brasileiros para “salvar um delinquente que cometeu crime contra a democracia brasileira”.

Questionado se a reciprocidade citada seria embasada por taxas igualitárias do Brasil aos Estados Unidos, Márcio Macêdo explicou que a equipe econômica do governo brasileiro avalia, em contato com o Itamaraty, quais serão as providências tomadas.

Macêdo veio ao Espírito Santo acompanhado dos também ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e André de Paula (Pesca e Aquicultura) para detalhar ações para início dos pagamentos do Programa de Transferência de Renda para agricultores familiares e pescadores artesanais atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015, que atingiu também o Rio Doce, no Estado capixaba.

Entenda 

Donald Trump divulgou a decisão de impor a tarifa de 50% ao Brasil, citando o julgamento de Bolsonaro como “uma caça às bruxas que precisa ser encerrada imediatamente”.

A decisão, apontada por especialistas como uma ação política e não apenas econômica, impacta setores importantes do país e pode resultar em abalos como desemprego e produtos mais caros, como café, aço, celulose e derivados. Segundo Trump, a tarifa começa a valer a partir de 1º de agosto.

Por sua vez, o presidente Lula afirmou que a medida será respondida por meio da lei de reciprocidade. Aliados do governo brasileiro viram o anúncio de Donald Trump como uma interferência direta no processo político brasileiro, visando beneficiar Jair Bolsonaro e apoiadores, e avaliam ser preciso vincular os prejuízos econômicos gerados pela medida de Washington à oposição.

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