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Publicado em 17 de setembro de 2021 às 19:36
Terminou definitivamente, no último dia 9, o processo em que o deputado estadual Luiz Durão (PDT) respondeu pelo crime de estupro. Ele havia sido preso e denunciado em 2019, tendo sido absolvido em primeira instância ainda no mesmo ano e, no dia 11 de novembro de 2020, a decisão foi mantida em segunda instância, pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Insatisfeita com o desfecho, a vítima — por meio dos advogados — apresentou recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, que negou o recurso, mantendo a absolvição do acusado em última instância. >
O recurso apresentado ao STJ pretendia anular a sessão de julgamento do TJES, alegando que não houve, à época, sustentação oral do advogado da vítima. Caso o recurso tivesse sido julgado favorável a ela, teria havido nova sessão para o julgamento do recurso de apelação, o que não ocorreu. O processo correu em segredo de Justiça.>
Para um dos advogados de Durão, Cássio Rebouças, a justiça foi feita. "Embora abusos tenham sido cometidos no início do caso, a Justiça os corrigiu e a manutenção da absolvição, agora em definitivo, encerra este capítulo na vida do acusado, que já tinha voltado ao seu posto na Assembleia Legislativa neste ano", disse.>
Ainda no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, os desembargadores confirmaram a sentença de primeiro grau e absolveram o parlamentar da denúncia de estupro por considerar que não havia prova suficiente de que houve constrangimento ou de que a vítima não teria concordado com o ato sexual. >
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Na época dos fatos, Durão exercia mandato na Assembleia Legislativa, mas já estava de saída por não ter sido reeleito em 2018. Ainda assim, era o primeiro da lista dos mais votados para assumir o mandato caso um dos deputados eleitos por sua coligação deixassem o cargo. A coligação era formada por PDT, partido que elegeu Marcelo Santos (agora no Podemos), DEM, PPL e PSD, partido de Enivaldo. Durão teve 17.820 votos. Ele era suplente da coligação que elegeu Enivaldo dos Anjos (PSD) para o Legislativo estadual em 2018, que acabou eleito prefeito de Barra de São Francisco, cidade do Noroeste. >
Luiz Durão foi preso em flagrante no dia 4 de janeiro de 2019 quando saía de um motel na Serra com uma adolescente de 17 anos. A prisão foi feita pelo então delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Lorenzo Pazolini, que já estava eleito deputado e concorria à Prefeitura de Vitória. >
O pedetista ficou preso por 40 dias, mas depois passou a responder ao processo em liberdade. Durante o tempo em que Durão esteve preso, Enivaldo chegou a criticar a atuação de Pazolini e da Polícia Civil no caso.>
A adolescente que estava com Luiz Durão, que era conhecido da família dela, afirmou que não consentiu o ato. Na ocasião, ele dava uma carona à menina a pedido da mãe, mas desviou a rota e foi a um motel na cidade da Serra. Em outubro, quando foi absolvido pela primeira vez, Durão disse para A Gazeta: “Se me provoca e eu não faço, vão me chamar de que? De gay. Pelo menos eu provo que sou homem.”>
A adolescente, no entanto, nega que tenha feito qualquer insinuação ou provocação. Em entrevista na época, ela disse que a conclusão de que não há provas era um “absurdo” e que estava sofrendo muito com o caso. “Se tivesse consentimento eu não teria pedido socorro do início ao fim da viagem (...) tem as mensagens, tem o exame de corpo delito e tem depoimentos”. >
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