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Gastos com royalties terão divulgação detalhada, diz Rodrigo Chamoun

Gastos com royalties terão divulgação detalhada, diz Rodrigo Chamoun

Conselheiro foi eleito presidente do Tribunal de Contas para o próximo biênio e declarou que o órgão vai aumentar publicidade sobre recursos do petróleo. Veja entrevista

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 20:12

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Rodrigo Chamoun durante eleição para a presidência. (Divulgação/TCES)

Eleito para comandar o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) em 2020 e 2021, nesta terça-feira (29), o conselheiro Rodrigo Chamoun anunciou que já está sendo desenvolvida uma ferramenta para divulgar como andam os gastos com os recursos de royalties de petróleo repassados pelo Estado aos municípios, e que devem ser aplicados, prioritariamente, em investimentos. Hoje, não há nenhuma fiscalização específica, nem a publicação dessas informações por nenhum órgão de controle.

Chamoun foi eleito por unanimidade durante a sessão desta terça-feira (29), e frisou que pretende conduzir a gestão focando em um rigoroso controle das contas públicas do Estado, Poderes e municípios. Ele também irá constituir uma comissão de transição para organizar os trabalhos até a data que efetivamente irá assumir o cargo, em janeiro. "A comissão é para diagnosticar algumas áreas do Tribunal, e para ganhar tempo. E já começar a elaborar proposições para fazer os ajustes finos necessários para podermos cumprir os focos estratégicos", disse. O conselheiro será um dos mais jovens da história da Corte de Contas a chegar ao cargo, aos 49 anos. 

Veja a entrevista completa abaixo.

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    O Tribunal já vem buscando aperfeiçoar os instrumentos de controle, mas sempre há espaço para melhorias. Nós precisamos ter um foco absoluto para garantir a responsabilidade na gestão fiscal, o papel de guardião da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Que os municípios, Poderes, Câmaras, se mantenham dentro dos limites da LRF. Um segundo ponto é fazer a avaliação da eficiência e efetividade das políticas públicas, sobretudo as voltadas para a saúde e educação. Sair um pouco daquela auditoria tradicional, de conformidade, para avaliar se as políticas públicas estão realmente atendendo as pessoas com qualidade. Outro pilar é atuar para garantir a eficiência das compras governamentais. Os governos adquirem bens, serviços, fazem obras, e a gente precisa garantir o cumprimento de três requisitos: qualidade,  que sejam entregues no tempo certo e sempre no melhor preço possível. 

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    Hoje nós já temos bons mecanismos, tanto é que o Espírito Santo foi nota A no Tesouro Nacional, e em plena crise fiscal, no ano passado. Dos 78 municípios, apenas três ultrapassaram os limites de despesas com pessoal. Os nossos resultados estão funcionando e estão aí. Mas os gestores públicos são sempre pressionados a gastar mais, e as circunstâncias podem fazer com que, em algum momento, possa haver algum desequilíbrio. Então, para isso que estamos aqui, para não permitir que o desequilíbrio das contas rondem os municípios e poderes capixabas.

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    Se não reformar, em algum momento o Estado quebra. Então o governador e a Assembleia estão no caminho certo. Aprovar a reforma não vai resolver por completo o problema da Previdência, ela vai amortizar, vai amenizar. Só que ele será administrável. A Previdência do Estado do Espírito Santo vem em trajetória explosiva. Em 2005, ela consumia 8% da receita corrente líquida do Estado. Hoje, consome quase 16%. Ela dobrou em pouco mais de 10 anos, o que é insustentável. Não é possível manter as contas em dia com o modelo atual da Previdência. A reforma é inadiável.

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    Conceitualmente, acho que são excelentes ideias, mas ainda não conhecemos em detalhes pois o Ministério da Economia ainda vai enviar o texto. Mas o que se deseja é que as estruturas da administração pública tenham compromisso com o desempenho. Os servidores públicos precisam ter o seu desempenho medido. As carreiras precisam ser estruturadas dentro do que a administração pública e o Estado brasileiro pode pagar. Não há motivos para que salários do serviço público e da iniciativa privada sejam tão discrepantes. Parece que há uma pauta reformista, à qual eu tenho muito entusiasmo, vai na direção de enxugar e qualificar o gasto público. Há a necessidade de se fazer a revisão da despesa pública. Também é importante acabar com o engessamento do orçamento público. Não há uma liberdade para movimentar de acordo com as necessidades da região. O debate é importante.

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    Já estamos desenvolvendo ferramentas para que haja um choque de transparência tanto na entrada de royalties, quanto na saída. A que se destina, a que tipo de obra, que tipo de serviço. E também temos orientações e determinações para utilizar recursos de royalties com muita prudência. São recursos finitos, voláteis e neste caso, como está judicializado, são incertos. Já que vai ser julgada a constitucionalidade da Lei de Royalties. Vamos desenvolver mecanismos de tecnologia da informação, em que o cidadão vai poder verificar no sistema CidadES quanto entrou de royalties para cada município, quanto saiu e para que saiu. Para ficar claro onde foi aplicado. Até o final do ano que vem deve ser disponibilizado.

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    Hoje o tribunal alcançou um nível de maturidade institucional muito bom e promissor. Não há rompimento entre gestões, há continuidade de boas ações, e correção de rumo daquelas que são necessárias. E os resultados estão aí.

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