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Publicado em 26 de agosto de 2025 às 19:58
Com o objetivo de apurar a estrutura e o aumento da atuação de facções no Espírito Santo, deputados da Assembleia Legislativa (Ales) protocolaram, nesta terça-feira (26), um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Estado sobre as organizações criminosas no território capixaba. >
➥ Na justificativa do pedido, assinado por dez dos 30 deputados capixabas, é destacado que o Espírito Santo enfrenta o crescimento da violência urbana, impulsionado por uma atuação cada vez mais ostensiva dos grupos ilícitos.>
A ideia é que a CPI identifique e detalhe a estrutura e o modus operandi das facções atuantes no Estado; que apure a origem e o fluxo de armas e de recursos financeiros que alimentam o tráfico; que investigue a efetividade das políticas de segurança pública com propostas para aprimoramento e mapeamento das áreas mais afetadas pela violência, apontando ações emergenciais para proteger a população. >
O texto lembra ataques criminosos que resultaram na morte de crianças e adolescentes inocentes nas últimas semanas em diferentes pontos do Estado e detalha que o cenário atual, longe de ser um fenômeno isolado, “reflete uma dinâmica complexa e perigosa, que exige uma resposta firme e imediata do poder público”.>
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“Dados recentes indicam que as disputas territoriais entre grupos criminosos têm resultado em uma escalada de confrontos. O que mais choca e demanda a atenção urgente desta Casa Legislativa é o fato de que a violência tem atingido de forma brutal e indiscriminada um dos segmentos mais vulneráveis da nossa sociedade”, aponta o despacho.>
Antes do registro do pedido para a criação da CPI, os deputados já haviam cobrado punições ao que chamaram de “terrorismo das facções”.>
A justificativa faz referência às vítimas como as dos ataques registrados em Vila Velha no início de agosto, quando uma mulher de 31 anos e uma adolescente de 15 foram mortas após uma série de disparos no bairro Santa Rita. Na ocasião, duas crianças também ficaram feridas.>
Em outro ataque, registrado no domingo (24), uma menina de 6 anos também teve a vida interrompida pela guerra de facções após o carro da família — que estava voltando da praia — ser confundido com o veículo de rivais do bairro Praia de Carapebus, na Serra.>
Requerimento para Criação de Comissões Temporárias n.º 11/2025
Assembleia Legislativa do Espírito SantoO material detalha que a CPI deve cumprir objetivos ligados à investigação das facções e à relação entre a guerra do tráfico e o aumento de homicídios. Pede ainda para ouvir autoridades policiais, judiciais, membros do Ministério Público, especialistas em segurança pública e familiares de vítimas. >
Além disso, há a sugestão para propostas de medidas legislativas e políticas públicas para o enfrentamento e combate às facções.>
Segundo o regimento interno da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a proposta de criação de uma CPI deve ser automaticamente aprovada pelo presidente da Casa caso seja assinada por um terço dos deputados e atenda a outros critérios, como ter um fato determinado para ser investigado.>
A CPI das Facções foi assinada por mais de um terço dos deputados capixabas, mas caberá ao presidente Marcelo Santos (União Brasil) avaliar os outros critérios para a instauração da Comissão.>
Caso seja criada, a comissão tem até 90 dias para atuação, que podem ser prorrogados pelo Plenário, tendo como limite o fim da legislatura, ou seja, 2026.>
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