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Quem era Kaique, jovem morto durante confronto com a PM em Vila Velha

Quem era Kaique, jovem morto durante confronto com a PM em Vila Velha

Polícia Militar afirma que Kaique Ariel da Silva, de 21 anos, estava armado e tinha diversas passagens criminais; a família contesta a versão

Publicado em 3 de outubro de 2023 às 09:37

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Kaique Ariel da Silva, de 21 anos, morto após confronto em Vila Velha
Kaique Ariel da Silva, de 21 anos, morto após confronto em Vila Velha. (Acervo pessoal)

Kaique Ariel da Silva, de 21 anos, morreu após ser baleado no bairro Ilha da Conceição, em Vila Velha, na segunda-feira (2). O caso desencadeou uma série de acontecimentos: manifestações, ônibus depredado, tentativa de incêndio e rotas de coletivos alteradas. Segundo a família, o jovem estava voltando da casa da namorada, desarmado. Já na versão da Polícia Militar, o rapaz teria disparado contra agentes que estavam no local, sendo atingido em seguida. 

O major Jairo de Castro, comandante da 17º Companhia Independente da Polícia Militar, deu entrevista ao repórter Kaique Dias, da TV Gazeta, na manhã desta terça-feira (3). Ele afirmou que Kaique Ariel era conhecido como "2K": "Ele tem diversas passagens por crime como tráfico, porte de arma, e quando menor por posse de simulacro (arma falsa). Ele tem um registro de que já havia sido vítima de tentativa de homicídio nos últimos dois anos".

Segundo o comandante, uma arma foi encontrada com Kaique. "O patrulhamento da Força Tática no local recebeu denúncias de que alguns elementos estariam andando armados naquela região. É um local de tráfico de entorpecentes, a equipe foi ao local, e durante patrulhamento a pé foi recebida a tiros por elementos que estavam transitando no bairro; houve o embate, o revide à injusta agressão e os elementos se evadiram. Ao avançar da equipe foi constatado que um estava baleado e com ele foi encontrada uma pistola calibre 9mm e mais dois carregadores com munições", declarou.

A versão contada pela família de Kaique é diferente. "Meu irmão estava chegando na casa da minha mãe. Se fosse para parar o meu irmão, eles tinham que ter dado tiros nas pernas, nos braços, por que deram tiros na cabeça do meu irmão? Eu quero justiça", disse a irmã em entrevista à TV Gazeta. A família alegou que Kaique foi atingido por quatro disparos na cabeça.

Após morte, caos

Depois de Kaique ser baleado, moradores ficaram revoltados. Manifestantes desceram para a parte baixa do bairro, na Avenida Jerônimo Monteiro, na tentativa de fecharem a via, mas foram impedidos por policiais. Outro grupo abordou os dois ônibus. No segundo coletivo, nove pessoas entraram no veículo, mandaram os passageiros descerem e tentaram atear fogo, mas não tiveram sucesso. Um galão com gasolina e um coquetel molotov foram apreendidos.

Galão de gasolina é apreendido após tentativa de incêndio a ônibus em Vila Velha
Galão de gasolina é apreendido após tentativa de incêndio a ônibus em Vila Velha. (Diony Silva)

População sem ônibus

Na tarde de segunda-feira (2), por conta do conflito na região de Vila Batista e Ilha da Conceição, as linhas 658, 604, 625, 633, 660, 607 e 663 não estavam entrando nos bairros Santa Rita, Paul, Vila Garrido e Aribiri, por orientação das autoridades de segurança. 

Na manhã desta terça-feira (3), os pontos de ônibus estavam lotados. Moradores disseram que os coletivos ainda não estavam passando. Em nota, a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-ES) disse que "já está orientando as empresas para normalizarem a operação na região ainda na manhã desta terça-feira". 

O comandante Jairo de Castro afirmou que o policiamento no local está reforçado. "Estamos garantindo a circulação de pessoas, abertura de comércios, escolas, e porventura dos ônibus, mas aí não cabe à Polícia Militar. Estamos em conversa com a Ceturb para o retorno da circulação de ônibus no local".

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