Kaique Ariel da Silva, de 21 anos, morreu após ser baleado no bairro Ilha da Conceição, em Vila Velha, na segunda-feira (2). O caso desencadeou uma série de acontecimentos: manifestações, ônibus depredado, tentativa de incêndio e rotas de coletivos alteradas. Segundo a família, o jovem estava voltando da casa da namorada, desarmado. Já na versão da Polícia Militar, o rapaz teria disparado contra agentes que estavam no local, sendo atingido em seguida.
O major Jairo de Castro, comandante da 17º Companhia Independente da Polícia Militar, deu entrevista ao repórter Kaique Dias, da TV Gazeta, na manhã desta terça-feira (3). Ele afirmou que Kaique Ariel era conhecido como "2K": "Ele tem diversas passagens por crime como tráfico, porte de arma, e quando menor por posse de simulacro (arma falsa). Ele tem um registro de que já havia sido vítima de tentativa de homicídio nos últimos dois anos".
Segundo o comandante, uma arma foi encontrada com Kaique. "O patrulhamento da Força Tática no local recebeu denúncias de que alguns elementos estariam andando armados naquela região. É um local de tráfico de entorpecentes, a equipe foi ao local, e durante patrulhamento a pé foi recebida a tiros por elementos que estavam transitando no bairro; houve o embate, o revide à injusta agressão e os elementos se evadiram. Ao avançar da equipe foi constatado que um estava baleado e com ele foi encontrada uma pistola calibre 9mm e mais dois carregadores com munições", declarou.
A versão contada pela família de Kaique é diferente. "Meu irmão estava chegando na casa da minha mãe. Se fosse para parar o meu irmão, eles tinham que ter dado tiros nas pernas, nos braços, por que deram tiros na cabeça do meu irmão? Eu quero justiça", disse a irmã em entrevista à TV Gazeta. A família alegou que Kaique foi atingido por quatro disparos na cabeça.
Depois de Kaique ser baleado, moradores ficaram revoltados. Manifestantes desceram para a parte baixa do bairro, na Avenida Jerônimo Monteiro, na tentativa de fecharem a via, mas foram impedidos por policiais. Outro grupo abordou os dois ônibus. No segundo coletivo, nove pessoas entraram no veículo, mandaram os passageiros descerem e tentaram atear fogo, mas não tiveram sucesso. Um galão com gasolina e um coquetel molotov foram apreendidos.
Na tarde de segunda-feira (2), por conta do conflito na região de Vila Batista e Ilha da Conceição, as linhas 658, 604, 625, 633, 660, 607 e 663 não estavam entrando nos bairros Santa Rita, Paul, Vila Garrido e Aribiri, por orientação das autoridades de segurança.
Na manhã desta terça-feira (3), os pontos de ônibus estavam lotados. Moradores disseram que os coletivos ainda não estavam passando. Em nota, a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-ES) disse que "já está orientando as empresas para normalizarem a operação na região ainda na manhã desta terça-feira".
O comandante Jairo de Castro afirmou que o policiamento no local está reforçado. "Estamos garantindo a circulação de pessoas, abertura de comércios, escolas, e porventura dos ônibus, mas aí não cabe à Polícia Militar. Estamos em conversa com a Ceturb para o retorno da circulação de ônibus no local".
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