A Polícia Civil realizou na quinta-feira (10) a primeira fase da Operação Meta, que visa a desarticular um esquema nacional de adulteração de combustíveis. As investigações apontaram que o produto era armazenado no Paraná, trazido ao Espírito Santo por empresários paulistas e abastecia postos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Segundo as investigações, os suspeitos utilizavam a substância metanol para adulterar etanol.
A TV Gazeta apurou que pelo menos 15 pessoas são suspeitas de envolvimento com as irregularidades. "Nós identificamos, até o momento, uma organização criminosa envolvendo empresários de São Paulo que estavam adquirindo combustível que não pode ser usado para abastecer postos de gasolina, que é o metanol. Eles adquiriam esse produto por meio de uma importação feita no Paraná, abriam empresas químicas no Espírito Santo, de fachada", afirmou o delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em empresas e transportadoras da Serra, residências de empresários em Vila Velha e na sede de uma rede que conta com nove postos funcionando na Grande Vitória. Houve ainda a apreensão de celulares, computadores e documentos, que serão analisados para obtenção de prova.
Os investigadores fiscalizaram empresas do ramo químico, suspeitas de serem de fachada, abertas no Espírito Santo por empresários paulistas, responsáveis por trazer o produto adulterado ao Estado.
"Nós temos o envolvimento de postos de combustíveis, distribuidoras, transportadoras e empresas químicas de fachada", destacou o fiscal da Agência Nacional do Petróleo, Marcelo Silva. "O grande risco é para a saúde, porque o metanol oferece vários riscos ao consumidor, desde a cegueira e alergias graves até a morte. Então o consumidor e o próprio frentista que desavisadamente manipulam esse produto são muitos prejudicados", prosseguiu.
A ação também interditou quatro postos no Estado do Rio de Janeiro com combustível adulterado por metanol e apreendeu 241 mil litros da substância que pertenciam a seis empresas do Espírito Santo e estavam armazenados em um terminal no Paraná.
Ainda durante a operação foi apreendido petróleo de uma empresa que funcionava sem autorização na Serra.
A quebra de sigilo fiscal de empresários e empresas foi autorizada e a Polícia Civil afirmou que cabe agora a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) analisar a movimentação financeira da organização criminosa.
A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a comissão dos Explosivos e Combustíveis da Assembleia Legislativa.
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