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Polícia faz operação contra adulteração de etanol na Grande Vitória

Polícia faz operação contra adulteração de etanol na Grande Vitória

Metanol usado na fraude era adquirido por meio de uma importação feita no Paraná e levado para empresas químicas de fachada no Espírito Santo

Publicado em 11 de agosto de 2023 às 07:43

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Polícia faz operação contra adulteração de etanol na Grande Vitória
Polícia faz operação contra adulteração de etanol na Grande Vitória. (Divulgação/PC)

Polícia Civil realizou na quinta-feira (10) a primeira fase da Operação Meta, que visa a desarticular um esquema nacional de adulteração de combustíveis. As investigações apontaram que o produto era armazenado no Paraná, trazido ao Espírito Santo por empresários paulistas e abastecia postos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Segundo as investigações, os suspeitos utilizavam a substância metanol para adulterar etanol.

A TV Gazeta apurou que pelo menos 15 pessoas são suspeitas de envolvimento com as irregularidades. "Nós identificamos, até o momento, uma organização criminosa envolvendo empresários de São Paulo que estavam adquirindo combustível que não pode ser usado para abastecer postos de gasolina, que é o metanol. Eles adquiriam esse produto por meio de uma importação feita no Paraná, abriam empresas químicas no Espírito Santo, de fachada", afirmou o delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).

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A adulteração consistia na importação do material, que é permitido, mas não pode ser usado como combustível. Ou seja, eles pegavam o metanol e usavam para misturar com o etanol, o álcool comum do posto de gasolina. Eles faziam essa adulteração porque era mais barato e conseguiam uma vantagem financeira

Eduardo Passamani
Delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon)
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Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em empresas e transportadoras da Serra, residências de empresários em Vila Velha e na sede de uma rede que conta com nove postos funcionando na Grande Vitória. Houve ainda a apreensão de celulares, computadores e documentos, que serão analisados para obtenção de prova.

Os investigadores fiscalizaram empresas do ramo químico, suspeitas de serem de fachada, abertas no Espírito Santo por empresários paulistas, responsáveis por trazer o produto adulterado ao Estado.

"Nós temos o envolvimento de postos de combustíveis, distribuidoras, transportadoras e empresas químicas de fachada", destacou o fiscal da Agência Nacional do Petróleo, Marcelo Silva. "O grande risco é para a saúde, porque o metanol oferece vários riscos ao consumidor, desde a cegueira e alergias graves até a morte. Então o consumidor e o próprio frentista que desavisadamente manipulam esse produto são muitos prejudicados", prosseguiu. 

A ação também interditou quatro postos no Estado do Rio de Janeiro com combustível adulterado por metanol e apreendeu 241 mil litros da substância que pertenciam a seis empresas do Espírito Santo e estavam armazenados em um terminal no Paraná.

Ainda durante a operação foi apreendido petróleo de uma empresa que funcionava sem autorização na Serra.

A quebra de sigilo fiscal de empresários e empresas foi autorizada e a Polícia Civil afirmou que cabe agora a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) analisar a movimentação financeira da organização criminosa.

A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a comissão dos Explosivos e Combustíveis da Assembleia Legislativa.

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