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Polícia faz nova perícia em hotel do ES onde médica foi encontrada morta

Polícia faz nova perícia em hotel do ES onde médica foi encontrada morta

Perito criminal contou para a reportagem da TV Gazeta que trabalho é para encontrar sangue no quarto onde Juliana Pimenta Ruas El Aouar morreu; marido da médica e motorista do casal estão presos

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 19:38

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Peritos da Polícia Civil realizam segunda perícia em quarto de hotel onde médica foi encontrada morta
Peritos da Polícia Civil realizam segunda perícia em quarto de hotel onde médica foi encontrada morta. (Samy Ferreira)

A Polícia Civil fez uma nova perícia nesta terça-feira (5) no hotel onde a médica mineira Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, foi encontrada morta em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O marido dela, Fuvio Luziano Serafim, ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, são os principais suspeitos da morte dela e estão presos pelo crime.

A perícia da Polícia Civil chegou ao hotel por volta de 15h. O grupo recebeu reforço da equipe de Vitória para realizar a segunda perícia no quarto onde o corpo da médica foi encontrado. O trabalho da perícia durou cerca de duas horas e meia.

"A gente vai verificar se houve sangue no local e se esse sangue foi lavado. É uma pesquisa por sangue latente, é usado um reagente específico que detecta o ferro que tem no sangue, ele dá uma coloração muito intensa e a gente vai fazer outros exames para comprovar se é sangue e possivelmente achar um DNA", explicou o perito criminal Giuliano Almeida.

Aspas de citação

Foram encontrados indicativos de ferro que podem ser indicativos de sangue, mas já era esperado, haja vista que havia um cadáver no local. E as interpretações e as conclusões vão ser feitas. E as investigações serão concluídas a partir das análises, disse o perito

Giuliano Almeida
Perito criminal
Aspas de citação

A direção do hotel de Colatina informou que está colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos. O atestado de óbito apontou que Juliana teve traumatismo craniano, além disso, foi sufocada até a morte.

"Ela respirou, aspirou o líquido do estômago, e isso ocorreu devido à perda de consciência. Basicamente foi isso que o médico identificou, essa perda de consciência fatalmente aconteceu por conta das lesões que ela apresentava. Duas lesões maiores na região do crânio, uma do lado direito e outra do lado esquerdo", contou o delegado Deverly Pereira Junior.

Defesa trabalhando em provas

Siderson Vitorino, advogado da família da médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, disse que está trabalhando com provas que mostram que Juliana estava vivendo um relacionamento abusivo com Fuvio Luziano Serafim, e que estava tentando se separar há cerca de três anos.

Uma das provas, segundo o advogado, seria uma foto que a vítima compartilhou com uma amiga com a testa ferida.

“Ela falava que discutiam muito e que queria se separar e que ele não deixava. Uma amiga já vinha percebendo episódios que ela aparecia roxa, com machucados, até que ela mandou essa foto, mas disse que não podia falar do que se tratava, mas a amiga desconfiou que eram agressões”, contou Siderson.

A foto foi enviada para a amiga em abril deste ano e mostra a testa com uma série de pontos de um corte. Mas, segundo o advogado, Juliana nunca dizia que esses machucados eram em função do relacionamento com o marido.

O pai da vítima, Samir Sagih El-Aouar, também relatou que a filha já vinha sendo agredida outras vezes antes de ser assassinada.

"Ele já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz de sete centímetros na região frontal. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação", explicou Samir.

Samir disse em entrevista durante o Programa Encontro com Patrícia Poeta, como recebeu a notícia da morte da filha. Foi o genro de Samir Sagih El-Aouar, Fuvio Luziano Serafim, principal suspeito do crime, que deu a informação.

“Ele, o Fuvio, me ligou pela manhã, às 10 horas. Minha filha já estava morta, desde à noite, e ele me ligou pela manhã dizendo que havia acontecido uma coisa chata. Eu perguntei o que era e ele falou 'a Juliana está em óbito aqui'. Mas numa tranquilidade, eu quase enlouqueci! Comecei a chorar. Em seguida ele falou: chamei o samu [...]. Minha mulher logo acionou a polícia. A polícia chegou e ela já estava em óbito há muitas horas, toda machucada”, disse o pai.

Fuvio Luziano Serafim e Juliana Pimenta Ruas El-Aouar
Fuvio Luziano Serafim e Juliana Pimenta Ruas El-Aouar. (Redes Sociais)

Ainda de acordo com Samir, o filho de 17 anos também conversou com Fuvio logo em seguida e o marido teria debochado do que tinha ocorrido.

“Ele disse para o meu filho o seguinte: ‘Ela nem aguentou o tranco da noite'. Depois riu e desligou o telefone. Olha a frieza, olha a forma como ele falou com meu filho.”

Perícia em apartamento de casal em Teófilo Otoni

O apartamento onde o casal Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, e a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39, moravam no bairro Marajoara, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (6). Os trabalhos da Polícia Civil duraram quase cinco horas. A médica foi encontrada morta dentro de um hotel em Colatina, região Noroeste do Espírito Santo, no dia 4 de setembro.

Os policiais chegaram ao imóvel por volta das 7h e permaneceram no local até as 11h45. Vários materiais foram apreendidos, como computadores, seringas e remédios.

"A Polícia Delegacia de Mulheres e de Homicídios de Teófilo Otoni foi requisitada pela Justiça do Espírito Santo; foi expedido um mandado de buscas, a equipe veio, dois peritos oficiais e nós recolhemos um vasto material que agora será periciado e devolvido para a polícia de Colatina (ES)", explicou a delegada Herta Coimbra.

Prisão de marido e motorista

O ex-prefeito foi autuado em flagrante por feminicídio e o motorista por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

A reportagem tentou contato com o advogado dos presos, mas não conseguiu nenhum retorno até a última publicação.

Os dois tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e seguem presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina. O pai da médica disse que a filha sofria agressões do marido.

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