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Outra advogada no Sul do ES é ameaçada e recebe medida protetiva

Outra advogada no Sul do ES é ameaçada e recebe medida protetiva

O  caso também aconteceu em Iúna,  mesma  cidade onde outra advogada trabalhista foi vítima de um atentado na sexta-feira (09), quando alvejaram a casa dela com 9 tiros

Publicado em 11 de abril de 2021 às 16:44

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Atentado em casa de advogada em Iúna, Sul do ES
Atentado em casa de advogada em Iúna, Sul do ES. (Divulgação)

Uma outra advogada de Iúna, município no Sul do Espírito Santo, também foi ameaçada em decorrência de sua atuação profissional e agora conta com medida protetiva para garantir a sua vida. Na última sexta-feira (09), uma profissional trabalhista da cidade foi vítima de um atentado, quando dois homens em uma moto atiraram nove vezes contra a sua residência

A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Espírito Santo (OAB-ES), Anabela Galvão, relata que uma advogada que atua na área de família passou a ser ameaçada após conseguir uma decisão judicial favorável a uma cliente, que havia sido agredida. O companheiro da cliente não aceitou a decisão judicial de afastamento e passou a ameaçar a advogada.

As ameaças, por mensagens e áudios, foram encaminhadas à polícia. Processo que foi acompanhado ainda pela Ouvidoria, pela Comissão de Prerrogativas e ainda pela comissão da Mulher, todos são órgãos da OAB-ES. “Era uma ameaça consistente e, pela primeira vez, conseguimos uma medida protetiva para uma advogada no Espírito Santo, para garantir da vida dela”, explica Anabela.

O fato aconteceu em dezembro do ano passado. O documento determina que o acusado pelas ameaças se mantenha afastado da advogada e de seus familiares. Contra ele também existe outra medida protetiva de afastamento em relação à esposa, que havia sido agredida.

De acordo com Anabela, após as investigações que estão sendo realizadas pela polícia em relação ao caso da advogada trabalhista que foi alvo de tiros, a OAB-ES já estuda lançar mão do mesmo artifício legal, garantindo a ela e seus familiares uma medida protetiva.

INVESTIGAÇÕES DO ATENTADO

O atentado contra a advogada Elzeni da Silva Oliveira, de 56 anos, ocorreu na noite de sexta-feira (09), por volta das 19 horas. Ela teve a casa alvejada por 9 tiros. Os disparos atingiram a varanda e a porta de vidro da sala do apartamento, ao lado do sofá onde ela, o marido e a neta de 7 anos estavam deitados, assistindo a um filme. Ninguém saiu ferido.

Aspas de citação

Foi tudo muito rápido e um grande desespero. Minha neta ficou apavorada. Só não morremos porque estávamos deitados no sofá, mas sinceramente tive a sensação da morte. Achei que fosse morrer. Agora estou mais tranquila

Elzeni da Silva Oliveira
Advogada
Aspas de citação

Elzeni, que atua na área trabalhista, mora no Centro de Iúna. Sua casa fica a poucos metros da sede do Ministério Público do Estado (MPES) e ainda do Fórum de Justiça da cidade. Pouco antes do atentado, uma viatura da Polícia Militar estava estacionada na rua.

Os disparos ocorreram por volta das 19 horas. Segundo testemunhas, dois homens com capacetes, em uma moto Bros 160, na cor preta, passaram quatro vezes na rua em frente a seu apartamento. E só retornaram a última vez após a viatura deixar a rua. Foi quando o carona disparou nove vezes contra a residência da advogada e fugiu do local pela contramão da via.

Assim que os disparos cessaram, a família buscou abrigo no quarto. “Pelo barulho, achei que eles estavam dentro do apartamento”, contou Elzeni. A família permaneceu no ambiente até que ela olhou por uma báscula que existe no quarto e percebeu que os vizinhos já estavam na rua e tinham acionado a polícia. “Meu marido desceu primeiro. Tive dificuldades para acalmar a minha neta”, relata.

De acordo com Elzeni, o atentado tem relação com ações trabalhistas que moveu na Justiça estadual há 6 anos. “Não tenho nenhum (problema)  pessoal”, acrescentou. Sem revelar nomes, relata que já tinha sido ameaçada antes do atentado. A suspeita recai sobre supostos empresários que foram alvo das ações trabalhistas. “Mas recentemente houve decisões favoráveis à ação em segunda instância”, explicou.

AGUARDANDO O RESULTADO

Erich Augusto Filgueira Florindo, conselheiro Estadual da OAB-ES e presidente da Comissão dos Advogados do Interior, relata que há vários casos em Iúna e outros municípios do interior do Estado de ameaças e intimidações a advogados. “Trabalho há 17 anos em Iúna, mas nunca ouvi falar de um caso semelhante ao que ocorreu com a colega Elzeni, o que nos causou um choque. Foi um atentado à advocacia, uma tentativa de intimidação”, observou.

Informou que agora aguarda o desenrolar das investigações. “Ela já prestou depoimento, já informou que não possui nenhum problema pessoal, e que as suspeitas são em relações a ações ajuizadas na Justiça do Trabalho. Estamos esperando o avanço das investigações”, disse.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

Em relação ao caso dos tiros disparados contra a casa da advogada Elzeni, a Polícia Civil informou, por nota, que a residência já foi periciada, imagens de videmonitoramento foram coletadas e que a advogada prestou depoimento. E que as investigações estão em curso. Segue a íntegra da nota:

“A Polícia Civil informa que o caso está sob investigação e diligências foram iniciadas assim que a PCES tomou conhecimento do fato. A residência da vítima foi periciada, imagens de videmonitoramento coletadas e a advogada prestou depoimento na Delegacia Regional de Venda Nova do Imigrante. Detalhes dos levantamentos não serão divulgados para preservar a investigação. A Polícia Civil destaca que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas. “

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