Publicado em 3 de abril de 2024 às 15:15
- Atualizado há 2 anos
A história do britânico, de 36 anos, detido na terça-feira (2), em Jardim Camburi, após agredir a ex-namorada e se envolver em um acidente com o carro dela, não foi a primeira vez que a língua inglesa chamou a atenção em ocorrências policiais no Espírito Santo. Já teve até caso de fuga com bilhete escrito no idioma. >
Osvaldo Marinho Barreto ficou conhecido no Estado após fugir - pela porta da frente da Penitenciária Estadual de Vila Velha III (PEVV III) - no dia 2 de novembro de 2017. Antes da fuga, no entanto, ele deixou um recado, em inglês, para os colegas. No texto, escrito em um quadro localizado na biblioteca, o homem pedia desculpas por fugir e dizia orar pelos detentos, além disso, destacou que os colegas se tornaram família dele.>
Na noite de terça-feira (2), policiais foram chamados para atender uma ocorrência de briga entre um casal, com um carro acidentado na Rodovia Norte Sul. Os militares entraram em contato com a vítima, de 28 anos. A mulher relatou que o ex-namorado, Samuel Edward L. Cox, havia furtado o carro dela. Ao perguntar a ele onde o veículo estava, o homem deu um soco no rosto e nas costas dela. Depois, se envolveu em um acidente de trânsito. Ele chegou a abandonar o automóvel em um posto de combustível.>
O suspeito não falava português, então os policiais conversaram com ele em inglês. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o britânico disse que não sabia de carro nenhum e negou a agressão. A vítima afirmou que queria representar contra o ex, e que iria até a delegacia com a equipe. Na sequência, os xingamentos começaram. >
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No momento em que os policiais falaram que o suspeito teria que ir para a delegacia, o estrangeiro começou a negar, dizendo que não podia ser preso, pois era do Reino Unido. Em seguida, o homem foi algemado e colocado no compartimento de segurança da viatura.>
No trajeto para a delegacia, o suspeito xingou os policiais. Ele dizia que iria acabar com a carreira deles, pois era da Inglaterra, e que os policiais tinham que "olhar a raça dele". Veja abaixo as frases declaradas por ele que foram descritas no boletim de ocorrência:>
Já na delegacia, segundo o boletim, enquanto os policiais faziam a ocorrência, o suspeito foi beber água no bebedouro, apertou o botão com o pé (já que estava algemado), se desequilibrou e bateu com o peito em uma prateleira. Ele teve que ser levado até o Pronto Atendimento (PA) da Praia do Suá para fazer um curativo. Lá, a médica notou que o olho dele estava inchado, segundo os militares, devido ao acidente com o carro da ex.>
O suspeito, no entanto, contou outra versão: disse que foi agredido pela ex e que teria ficado desacordado. Por isso, a médica orientou que ele fosse para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Heue), onde o homem passou por uma tomografia, que não apontou nada, e recebeu alta. Só depois disso é que ele voltou para a delegacia. >
A Polícia Civil informou que Samuel Edward L. Cox foi autuado em flagrante por "vias de fato, ameaça e injúria, ambos na forma da Lei Maria da Penha. Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV)".>
Osvaldo Marinho Barreto fugiu pela porta da frente da Penitenciária Estadual de Vila Velha III (PEVV III), no dia 2 de novembro de 2017. Antes da fuga deixou um recado, em inglês, para os colegas. No texto, escrito em um quadro localizado na biblioteca, o homem pedia desculpas por fugir e dizia orar pelos detentos, além disso, destacou que os colegas se tornaram família dele.>
Osvaldo foi recapturado no dia 27 de setembro de 2023, pela Polícia Civil do Estado do Pará. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que ainda afirmou que, em razão de decisão judicial extinguindo a punibilidade do crime cometido por Osvaldo, ele foi liberado.>
Ele deu entrada no sistema prisional do Espírito Santo em 11 de março de 2016, por falsificação de documento público. Por conta da fuga, a Sejus instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração dos fatos, o que resultou na aplicação da penalidade de suspensão de 10 dias em desfavor de um servidor que teria auxiliado na fuga.>
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