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Marido que matou mulher a facadas em Vila Velha a proibia de ter redes sociais

Marido que matou mulher a facadas em Vila Velha a proibia de ter redes sociais

Crime aconteceu em Riviera da Barra, Vila Velha; Natália Rodrigues de Souza foi assassinada no meio da rua, na frente dos filhos e vizinhos, no último domingo (10)

Publicado em 12 de março de 2024 às 14:48

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Delegados contam detalhes sobre feminicídio de Natália Rodrigues de Souza (destaque)
Delegados contam detalhes sobre feminicídio de Natália Rodrigues de Souza (destaque). (Divulgação PC e Redes Sociais)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

Preso por matar a mulher a facadas na frente dos filhos, da família dela, e de vizinhos, Luiz Fernando dos Santos Martins controlava toda a vida da vítima. Ele a proibia de ter redes sociais, monitorava com quem ela conversava e até pegava parte do dinheiro dela. Natália Rodrigues de Souza, de 21 anos, foi assassinada no meio da rua, no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, no último domingo (10). 

De acordo com a Polícia Civil, o casal se relacionava há seis anos. Os abusos aconteciam, mas Natália não percebia. Quase sem poder sair de casa, ela suplicou, no último domingo, para que ele a deixasse ir almoçar com a mãe. Ele "permitiu", mas depois começou a ligar insistentemente para que ela voltasse. 

"Quando ela retornou, ele já estava possesso porque ela tinha saído sem ele. Ele tomou o celular dela à força, abriu e, segundo ele, começou a ver coisas que não eram do agrado dele, principalmente porque ela tinha baixado o aplicativo do Facebook, que ele não permitia", detalhou a delegada Raffaella Aguiar, titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

Neste momento, Luiz começou a ameaçar a esposa, que correu para a casa de uma vizinha, onde se escondeu e pediu ajuda da polícia e da mãe. Os familiares de Natália foram até o local, e só aí que ela saiu para a rua. 

O criminoso já saiu de casa com a faca, momento em que partiu para cima da esposa. O padrasto dela, que tentou ajudar, também ficou ferido. O feminicídio aconteceu na frente de vizinhos, dos dois filhos do casal, de 3 anos e 1 ano, além da mãe e irmã dela. 

Fuga e "entrega espontânea"

Após o crime, Luiz começou a transitar por terminais de ônibus. A polícia fez buscas por toda a madrugada. Pela manhã, a DHPM foi avisada que o investigado estava com a Polícia Militar, em Cariacica. Ele foi levado até a delegacia, onde prestou depoimento. 

"Ele disse que foi até o Terminal de Jardim América, em Cariacica, para o serviço. A encarregada falou que ele não trabalhava mais lá, pois todos já tinham tomado conhecimento do crime. Naquele momento ele pensou: 'Todo mundo já está sabendo, vou ser preso'. Ele saiu de lá e foi atrás de um parente para ter auxílio de um advogado. Ele não conseguiu, foi quando procurou a PM para tentar a tal da apresentação espontânea (quando a pessoa se entrega às autoridades logo após o crime, para não ser peso em flagrante), que nesse caso, de espontânea não teve nada", declarou a delegada Raffaella Aguiar.

Manipulação

Em depoimento, Luiz confessou o crime, mas deu outra versão. "Ele disse que não tinha vontade de matar, que tinha vontade de lesionar, e que, na verdade, as facadas contra o padrasto foram porque ele estava sendo agredido. Então você vê que ele tentou manipular toda a história", ponderou a delegada. 

Aspas de citação

Com relação ao fato, ele praticou motivado por ciúmes porque ficava controlando a vítima. Foi apurado que ela vivia em um relacionamento abusivo, mas não conseguia perceber as violências que ela sofria

Delegada Raffaella Aguiar
Titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM)
Aspas de citação

Luiz foi autuado por feminicídio e tentativa de homicídio por meio cruel. "Pessoas próximas à vítima relataram que ele não era provedor da casa; muito pelo contrário, o que ele recebia de bicos, era só para ele próprio. E ainda fazia uso dos benefícios que a vítima tinha para prover os filhos: ela tinha que dar uma parte para ele. Esses homens normalmente dão sinais: controlam com quem você fala, qual roupa você usa. E aí começam as agressões verbais, depois já parte para a agressão física, e aí a evolução é sempre a mesma, chegando ao ponto de vir a morte", disse a delegada. 

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