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Justiça mantém prisão de suspeitos por mortes de PMs em Cariacica

Justiça mantém prisão de suspeitos por mortes de PMs em Cariacica

O grupo apontado como responsável pelos homicídios é composto por quatro pessoas; durante audiência de custódia, juíza afirmou que eles impossibilitaram qualquer reação das vítimas

Publicado em 17 de outubro de 2022 às 15:41

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Eric, Érica, Eduardo e Luana foram presos suspeitos de fazer emboscada para assassinar os soldados  Paulo Eduardo Oliveira Celini e Bruno Mayer
Eric, Érica, Eduardo e Luana, respectivamente, foram presos por serem suspeitos de participação na emboscada para assassinar os soldados Celini e Ferrani. (Montagem | A Gazeta)
Maria Fernanda Conti
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Os quatro suspeitos de envolvimento na morte dos policiais militares Bruno Mayer, de 30 anos, e Paulo Eduardo Oliveira Celini, de 29, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva nesta segunda-feira (17). Em uma audiência de custódia durante à tarde, a juíza Raquel de Almedia Valinho entendeu existir "fortes indícios" de que os autuados tiveram participação no crime.

Na decisão, a juíza ainda destacou a gravidade dos atos cometidos pelos suspeitos, "tratando-se de tentativa de roubo em que teriam, inclusive, agredido uma gestante, seguida da execução de dois policiais militares através de uma emboscada, o que impossibilitou qualquer reação das vítimas fatais".

Justiça mantém prisão de suspeitos por mortes de PMs em Cariacica

"Soma-se a isso a existência de registros criminais em desfavor dos autuados Eduardo e Erica, destacando-se que o autuado Eduardo possui, pelo menos, cinco registros da prática do crime de roubo e responde a duas ações penais por homicídio, e, além disso, encontrava-se foragido do sistema prisional desde dezembro de 2021, tendo, inclusive, se apresentado falsamente na presente abordagem, a fim de se eximir da aplicação da lei penal, bem como que a autuada Erika já ostenta condenação por roubo", afirmou a juíza, no documento. 

A magistrada também decidiu pela apuração de uma possível agressão cometida contra um dos suspeitos. Em um comunicado emitido pela defesa de Eduardo, que seria o atirador, consta que o acusado foi coagido a confessar o crime e que também teria sofrido agressão física e psicológica. O caso será investigado pela Corregedoria da PMES.

"Esperamos que, com o mesmo rigor e agilidade, as forças policiais do Estado do Espirito Santo apurem as denúncias de agressão física e psicológica no ato da prisão do Eduardo Bonfim Meireles, bem como coação para confissão que geraram os vídeos divulgados em redes sociais. Não se combate crime cometendo crime!", ressalta o comunicado.

Veja na íntegra o comunicado da defesa de Eduardo Bonfim Meireles

"A defesa do Eduardo Bonfim Meireles ratifica todo seu respeito e admiração pelas forças policiais do Estado do Espírito Santo e declara que lamenta a morte dos soldados Bruno Mayer Ferrani (30 anos) e Paulo Eduardo Oliveira Celini (29 anos).

Informa que o patrocinado está colaborando integralmente com a investigação e irá colaborar em tudo que vier ser necessário, para que assim, estritamente nos termos da Lei, a justiça seja feita e aplicada uma punição justa, na medida de sua culpabilidade, em seu desfavor. 

Importante ressaltar que vivemos sob a égide de um Estado Democrático de Direito, motivo pelo qual todos, independente de quaisquer circunstâncias, os indivíduos pertencentes a nossa sociedade possuem direitos e garantias fundamentais que em nenhuma hipótese poderão ser suprimidos, retirados, reduzidos ou cerceados. 

Esperamos que, com o mesmo rigor e agilidade, as forças policiais do Estado do Espírito Santo apurem as denúncias de agressão física e psicológica no ato da prisão do Eduardo Bonfim Meireles, bem como coação para confissão que geraram os vídeos divulgados em redes sociais. Não se combate crime cometendo crime!"

POSICIONAMENTO DA SEGUNDA DEFESA

Questionada pela reportagem após a publicação da matéria, a defesa dos outros três suspeitos também se posicionou sobre a prisão e afirmou que "apenas o verdadeiro responsável" pelo crime deveria ser responsabilizado, fazendo uma referência indireta ao autor dos disparos. 

"A defesa do acusados Eric da Silva Ferreira, Erica Lopes Ferreira, Luana de Jesus Luz, vem a público esclarecer que os fatos não se deram conforme noticiados, e que somente após os trâmites do devido processo legal, o qual determinará com precisão a participação de cada um dos envolvidos nos fatos ora em apuração, para que apenas o verdadeiro responsável por este crime bárbaro seja punido com o rigor da lei", reforçou, por nota.

Nota à imprensa da defesa dos outros acusados

"Em face das informações veiculadas pela imprensa acerca do crime ocorrido na data de 16/10/2022, em Cariacica/ES, na ocasião em que lamentavelmente vieram a óbito, dois jovens policiais militares. 

A defesa do acusados Eric da Silva Ferreira, Erica Lopes Ferreira, Luana de Jesus Luz, vem a público esclarecer que os fatos não se deram conforme noticiados, e que somente após os trâmites do devido processo legal, o qual determinará com precisão a participação de cada um dos envolvidos nos fatos ora em apuração, para que apenas o verdadeiro responsável por este crime bárbaro seja punido com o rigor da lei.

Outrossim, informa a defesa dos acusados supracitados, que somente irá se manifestar novamente sobre o caso em tela, após o encerramento do inquérito policial e sua remessa ao Poder Judiciário."

SAIBA QUEM SÃO 

Dois soldados da Polícia Militar foram mortos a tiros durante uma perseguição, na madrugada deste domingo (16). O grupo suspeito de estar envolvido com o assassinato é composto por dois homens e duas mulheres: o casal Eduardo Bonfim Meireles e Erica Lopes Ferreira, suspeitos de terem feitos os disparos; e Eric da Silva Ferreira, de 45 anos e Luana de Jesus Luz, de 26, eram o motorista e a carona do carro usado no crime.

Segundo informações das entidades responsáveis pela Segurança Pública do Estado, os quatro detidos pelas mortes dos policiais formavam uma associação criminosa com foco em assaltos de veículos.

Um dos principais suspeitos pelo crime é Eduardo Bonfim Meirelles, de 40 anos. Ele estava foragido desde 2021, na época em que conseguiu escapar do Complexo de Xuri, em Vila Velha, com outros 20 presos. Conforme informações da reportagem de A Gazeta, o fato ocorreu em 3 de dezembro, durante banho de sol.

Segundo informações da polícia, quem estava junto de Meireles durante a emboscada era a jovem Erica Lopes Ferreira, de 26 anos. Ela, que também é suspeita de ter efetuado os disparos contra os dois soldados, tem registros criminais que antecedem a sua maioridade, envolvendo agressões e assaltos a mão armada, de acordo com as autoridades.

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