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Publicado em 8 de maio de 2024 às 19:21
Homero Vieira de Almeida, que coordenava um grupo criminoso que aplicava golpes em pessoas interessadas em comprar armas de fogo e obter o porte de armas, planejava o assalto a um banco do Espírito Santo. A informação foi divulgada pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) na tarde desta quarta-feira (08), após a conclusão das investigações da Operação Apate pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).>
Preso desde 29 de fevereiro, Almeida se passava por representante de duas marcas italianas de armas de fogo e chegou a criar um site para a loja falsa, por meio do qual simulava a venda de armas e acessórios a agentes de segurança, colecionadores, CACs, entre outros. Além disso, ele propunha ajudar quem tivesse interesse em obter o porte de arma, conforme explicou o titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) na época da investigação, delegado Alan Andrade.>
“Ele dizia para quem quisesse ter arma de fogo que tinha um delegado federal que era amigo dele, e que se a pessoa pagasse a quantia de R$ 15 mil, ele daria um jeitinho para a pessoa ter o porte de arma de fogo.”>
Tudo não passava de uma fraude e nenhum produto foi entregue. Além disso, os dados dos compradores foram utilizados para outros fins, inclusive para contratação de empréstimos. Nos casos dos agentes de segurança, as informações eram destinadas, também, a outros grupos criminosos.>
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“Quando ele simulava essas vendas, os policiais encaminhavam fotocópias em imagens digitalizadas das carteiras funcionais. A gente pegou lá 30, 40 policiais mandando foto de carteira funcional. Ele vendia essas fotos num grupo do PCC, dizendo: ‘tenho informações de agentes de segurança, tenho os endereços deles, tenho todos os documentos deles, o que vocês quiserem saber eu tenho aqui’.”>
Nesses mesmos grupos, ele tentava conseguir ajudantes para assaltar um banco, conforme explicou o delegado. “Ele tinha um roteiro, já bem delineado, e estava tentando angariar comparsas. Ainda bem que a ação da Polícia Civil foi rápida e conseguiu evitar esse crime.”>
No final de 2023, a Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) foi acionada por uma instituição bancária de Campo Grande, em Cariacica, após Homero Vieira de Almeida e Diego Conceição Diodato – um de seus laranjas – tentarem sacar uma soma suspeita.>
Dois policiais foram encaminhados ao local. Quando chegaram, Homero tinha saído para fazer ligações telefônicas, inclusive ameaçando atendentes por não autorizarem o saque. Ele informou que era delegado da Polícia Federal.>
Quando retornou e soube que Diego tinha sido conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos, ligou para a Corregedoria da Polícia Civil, alegando que o amigo estava sendo torturado. A Corregedoria foi à delegacia, e constatou que não havia qualquer problema – Homero, inclusive, responderá por comunicação falsa de crime.>
Diego foi ouvido e liberado e as investigações tiveram início.>
Homero foi preso no final de fevereiro, na Rodovia do Sol, voltando de casa em um veículo Land Rover. Com ele foram apreendidos celulares, cartões de crédito e números em nome da esposa dele.>
“Ele é uma pessoa completamente voltada com alma criminosa. Ele comete crime o dia inteiro, o celular dele era o dia inteiro, ele tentando dar um golpe em alguém, tentando enganar alguém. É impressionante”, frisou o delegado.>
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