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'Ataques foram reação à morte de gerente do tráfico', diz Ramalho

'Ataques foram reação à morte de gerente do tráfico', diz Ramalho

Secretário de Segurança diz que policiais vão reagir quando forem alvos de ataques durante operações, em referência a confronto ocorrido em São Benedito

Publicado em 7 de janeiro de 2023 às 20:35

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Coronel Alexandre Ramalho, secretário de Estado de Segurança Pública
Alexandre Ramalho disse que incêndios a ônibus estão relacionados a confronto no Bairro da Penha. (Sesp/Divulgação)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho (Podemos), afirmou que os ataques a ônibus registrados em Vitória neste sábado (7) foram reação de traficantes ligados ao Primeiro Comando de Vitória (PCV) à morte de um suspeito em confronto com a Polícia Militar no Bairro da Penha, durante a madrugada.

Segundo Ramalho, o suspeito morto, identificado como Hiago José Costa dos Santos, de 22 anos, tinha nove passagens pela polícia e era integrante da organização criminosa PCV, na qual atuaria como gerente do tráfico. Com ele, havia um colete, uma pistola calibre nove milímetros e um radiocomunicador.

"As queimas de ônibus de hoje (sábado) têm relação direta com esse confronto com a Polícia Militar no Bairro da Penha. Atirou contra os nossos policiais, não tem outra alternativa, vai levar tiro", enfatizou Ramalho.

De acordo com a PMES, policiais foram acionados para a região porque traficantes estariam ostentando armas e ameaçando moradores na praça do bairro São Benedito. Ramalho acrescentou que, ao fazer o patrulhamento no local, os policiais entraram em confronto com os criminosos, que estavam fortemente armados. Durante esse confronto, o suspeito foi morto.

O secretário estadual da Segurança ressaltou que, a partir desse confronto e da morte do suspeito, foi iniciada uma operação com a Polícia Civil, coordenada pela Polícia Militar, para evitar esses ataques. Ainda assim, uma base da corporação foi atacada a tiros no bairro São Benedito, durante a madrugada.

Na manhã deste sábado (7), uma nova estratégia foi montada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), de maneira integrada com a Polícia Militar, a Guarda Municipal e a Polícia Civil, para evitar a queima de ônibus. No entanto, criminosos atearam fogo em três coletivos nas avenidas Dante Michelini, Maruípe e Leitão da Silva, três das principais vias da Capital capixaba, sendo o primeiro ataque por volta das 10 horas e o último depois das 14 horas.

Questionado durante entrevista à imprensa sobre a dificuldade para prevenir e impedir os ataques, Ramalho respondeu que  as forças de segurança tentaram cercar os possíveis locais onde poderiam acontecer os incêndios, principalmente nas proximidades da região onde houve o confronto entre militares e criminosos. Mas o secretário alegou que há uma "mão de obra barata, desqualificada, menor de idade que sabe que a legislação penal não o alcança" que é utilizada pelos criminosos para executar os ataques.

Aspas de citação

É uma ação muito difícil da Polícia Militar e da Polícia Civil tentar impedir (queima de ônibus) porque o indivíduo vem com o material inflamável, joga no ônibus, rapidamente acende e corre de volta para o morro. Estamos falando de jovens que estão ligados ao tráfico ou que atendem às determinações do tráfico.

Coronel Alexandre Ramalho (Podemos)
Secretário de Estado da Segurança Pública
Aspas de citação

Investigações

Ainda durante a coletiva de imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, explicou que estão sendo ajustados protocolos e ações com o Sindipostos (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo) para evitar a venda de combustíveis de maneira que possa ser utilizada em ataques como os registrados em Vitória neste sábado (7). Os criminosos estavam com combustível em galões ao incendiarem os ônibus.

O Sindipostos chegou a ser acionado após o confronto ocorrido no Bairro da Penha e a morte do suspeito, já que o PCV foi responsável pelos últimos ataques a ônibus ocorridos em Vitória em outubro do ano passado. No entanto, Arruda e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, citaram a possibilidade de compra do combustível de forma regular e a retirada do tanque de motos e veículos para utilização nos ataques.

Investigações

Em relação às investigações e aos responsáveis pelos ataques, Arruda destacou que a Polícia Civil já tem a "identificação de quem são os líderes dessa organização criminosa e os mandados de prisões já foram expedidos".

"Essas ações são coordenados por eles, que chamamos de longa manus, que se utilizam de menores, que tem imputabilidade, para praticarem esses crimes. Essas ações servem para mostrar ao Poder Judiciário e ao Ministério Público a potencialidade criminosa deles, a perversidade e a periculosidade dessas lideranças e faz a gente poder mostrar ao juiz que eles precisam continuar presos até a condenação e tenham uma condenação pesada por esses crimes, não só os incêndios de ônibus, mas homicídios, latrocínios e todos os tipos de crimes. Estamos trabalhando para isso", afirmou o chefe da Polícia Civil.

Sobre os ataques deste sábado, foram detidos um menor de 15 anos e um jovem de 21 anos. Segundo Ramalho, ao serem interrogados, o menor "confirmou que recebeu determinação para descer o morro e tacar fogo no ônibus. O de 21 anos disse que é fumador de maconha e que vive andando pelas ruas do bairro e também ouviu que era para descer e ele desceu". O caso será investigado por meio do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).

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