Foi liberado nesta quarta-feira (24), um mês após o crime, o corpo do ciclista e motorista de aplicativo, Duramir Monteiro Silva, de 56 anos. Ele foi morto a facadas e teve o corpo incendiado pelo filho e a nora em Castelo, no Sul do Espírito Santo em julho deste ano. O velório de Duramir acontece nesta quinta-feira (25), no bairro Aeroporto, em Cachoeiro de Itapemirim.
As investigações da Polícia Civil apontaram que os suspeitos do crime, o filho da vítima, João Vitor Silva Brito, de 24 anos, e a namorada dele, Beatriz Gazone de Azevedo, de 20, premeditaram o crime porque queriam os bens da vítima.
Segundo a polícia, João Vitor e Beatriz foram presos e confessaram o crime, mas alegaram que ele foi motivado por ciúmes porque a jovem teria sido assediada pela vítima, hipótese descartada pela polícia, de acordo com o delegado Filipe Rivas.
"Não tinha nada de conotação sexual, a conotação era, como a gente já desconfiava, era patrimonial. Queriam ficar com a casa, queriam ficar com o carro do seu Duramir, na posse dos valores que ele tivesse, inclusive, foi apreendido R$ 20 mil na residência", disse o delegado Filipe Rivas em julho deste ano, quando o casal foi preso.
João Vitor e Beatriz permanecem presos. Com a conclusão do inquérito nesta quarta-feira (24), a Polícia Civil pediu à Justiça que a prisão temporária do casal seja convertida em prisão preventiva.
O casal será indiciado por homicídio qualificado, destruição de cadáver, fraude e coação porque ameaçou a mãe de João Victor obrigando-a a dar um depoimento falso para a polícia.
João Victor também será indiciado por porte ilegal de arma porque comprou uma arma dois dias após o crime.
No dia do crime, antes de assassinar Duramir, o casal dopou o ciclista. "Preparam, toda aquela situação. Armaram como iam dar fim na vida do seu Duramir. Colocaram a medicação tanto no suco como na refeição da vítima. Nisso que ele está jantando, possivelmente em razão do efeito do remédio, ele passa a desfalecer e vem caindo perto dela e passa a mão nas costas dela caindo. Nisso ela pega a faca e desfere a primeira facada na barriga dele. Na sequência, o filho vem, pega outra faca e começa a desferir golpes contra o pai", detalhou o delegado Filipe Rivas.
Depois de morto, o casal colocou o corpo do ciclista no porta-malas do carro dele. O cartão da vítima foi usado para abastecer o veículo. Um vídeo registrou o momento em que João Vitor compra gasolina para incendiar o corpo do pai.
O corpo do ciclista foi levado para uma propriedade no interior de Castelo. Antes de enterrar, os dois colocaram fogo no corpo de Duramir.
De acordo com o delegado Felipe Rivas, o casal preparou um roteiro por escrito, para ser decorado e apresentado tanto à polícia como aos familiares com o objetivo de evitar que eles fossem identificados como autores do crime.
"Durante o cumprimento das buscas nós apreendemos um caderno e ele tem todo um roteiro do que eles iam dizer na delegacia ou se fossem questionados por qualquer pessoa. 'Por onde vocês andaram de carro?' , já tinha o que falar. 'Que horas era?', já tinha resposta pronta", disse o delegado.
O delegado Felipe Rivas disse após a prisão de João Vitor que o crime chocou ainda mais pela frieza. "São 15 anos de profissão e a frieza assusta. Mataram o seu Duramir a facadas, enrolaram em um lençol, enrolaram em um tapete, enrolaram em mais um edredom, colocaram no porta-malas, passaram em um posto de gasolina, compraram combustível com o cartão do seu Duramir, seguiram para essa propriedade rural, que é de familiar dessa menina, nesse local eles primeiro jogaram três litros de combustível em cima do corpo dele, atearam fogo, esperaram o fogo abaixar, atearam fogo novamente e, ao amanhecer, quando já estava com uma fumaça muito alta, eles apagaram o fogo e retornaram para Cachoeiro. Retornaram para Cachoeiro e ainda foram para a padaria para tomar café", relatou o delegado.
*Com informações do repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta
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