Publicado em 25 de maio de 2018 às 00:28
Assustada, traumatizada e chorando muito. Assim a criança abandonada na BR 101, em Laranjeiras, na Serra, chegou a um abrigo na Serra. Segundo a juíza da Infância da cidade, Gladys Pinheiros, o menino de quase 3 anos estava somente de fralda. "Estava urinada, mas não deixava ninguém trocar a fralda", contou.>
Há dois dias o garoto está com a mãe no abrigo. "A mãe está protegida, com a criança", relatou, explicando ainda que, do ponto de vista da Justiça, não houve abandono. "Não existe abandono por parte da mãe. A mãe sempre tratou muito bem da criança. Ela pediu uma pessoa para cuidar dele porque estava com medo de comparecer perante à Justiça", explicou Gladys.>
A juíza vai ouvir nesta sexta-feira a criança, que fala espanhol. Mas adiantou que o garoto ainda não foi reintegrado à sua mãe, uma vez que será necessário antes a conclusão do laudo psicossocial, que deve ficar pronto nesta sexta-feira (25). Ele vai indicar se o pequeno tem condições de voltar para o convívio materno.>
A juíza também acrescentou que todo o processo será conduzido pela Justiça da Bahia, onde ocorreu o suposto abuso sexual. O delegado Lorenzo Pazolini, chefe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, acrescentou que a Polícia Civil fez o acolhimento inicial da família "para evitar perda de provas". "Mas encaminhamos tudo para a Bahia", acrescentou.>
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A juíza titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Serra, Gladys Henriques Pinheiros, foi designada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo para acompanhar os trabalhos das audiências públicas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-tratos em Crianças e Adolescentes, realizada pelo Senado Federal, na sede do Ministério Público do Espírito Santo, na Enseada do Suá, em Vitória. >
A juíza Gladys explicou que foi colocada à disposição da CPI para acompanhar todas as oitivas de crianças e adolescentes, porque desenvolve o projeto Depoimento Especial.>
A minha função na CPI foi proteger e acolher essa criança, já que a mãe, na época, teve um surto, e ficou internada. Depois da apuração dos fatos pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, junto a Polícia de Itacaré, foi descoberto que, na realidade, a mãe queria proteger a criança. Ela estava fugindo porque ela alega supostos abusos praticados contra a criança por parte do avô, disse a juíza.>
ESPOSA DO AVÔ DE CRIANÇA ESTÁ FORAGIDA>
De acordo com o delegado, a madrasta da mãe da criança - casada com o avô da vítima -, e que também é apontada como autora dos abusos, é considerada foragida. Havia uma convocação para ela comparecer à audiência da CPI e um mandado de prisão contra ela, que não pode ser cumprido. "Mas temos certeza de que ela acabará sendo presa, aqui no Estado ou na Bahia", informou o delegado.>
Ele relatou que logo nos primeiros atendimentos oferecidos à mae foi possível identificar a gravidade do caso. "Os fatos ficaram evidentes assim que ela recebeu o primeiro atendimento. Ela tentou uma fuga e, com receio de ir até Salvador e ter que passar novamente pela cidade onde viviam os abusadores, veio em direção ao Espírito Santo. Queria proteger o filho e evitar novos abusos. Aqui ela parou o veículo e pediu que ficassem com a criança porque não sabia a quem pedir ajuda. Não tem familiares e nem amigos no Estado", relatou.>
Para o delegado não há dúvidas sobre as informações prestadas pela mãe. "Ela já teve alta hospitalar e os relatos são fidedignos. Não há dúvidas de que fala a verdade. Ela narra a história com detalhes e traz provas", disse, acrescentando que foi a Justiça baiana que decretou a prisão dos suspeitos de abuso de vulnerável.>
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