O professor acusado de assédio sexual por alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (26). Ele foi realocado em uma posição administrativa até que as investigações administrativas do caso sejam concluídas.
A Secretaria de Educação do Espírito Santo informou que abriu um processo interno para investigar as acusações de assédio. Enquanto isso, o professor vai ficar afastado da escola para preservar as alunas e também a ele. Apesar de não ter um prazo de conclusão, a investigação é prioridade para o secretário de Estado da Educação, Vitor de Ângelo.
"A minha orientação para a Corregedoria é que isso seja prioritário no conjunto de investigações para que a gente tenha uma resposta o mais rápido possível", declarou o secretário.
Caso as denúncias contra o professor sejam comprovadas, ele pode ser exonerado e perder o cargo. "O professor ao final do processo pode receber algumas punições, inclusive a demissão. Não há nenhuma orientação a princípio da Secretaria para fazer isso por enquanto, mas eu posso garantir que havendo elementos para exoneração, isso não será acobertado".
AS DENÚNCIAS
As denúncias de assédio começaram no dia 19 de junho, depois que três alunas escreveram cartas para outros professores e estudantes alertando sobre piadas de cunho sexual que ouviam na escola. Elas relataram também sobre comentários feitos pelo professor sobre o corpo delas e como isso gerava constrangimento e desconforto. O caso ganhou repercussão na última segunda-feira (24), quando as estudantes publicaram os relatos de assédio no Twitter usando a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha, que foi compartilhada pelo ex-deputado Jean Wyllys.
Os movimento gerado na rede social trouxe à tona outros relatos de assédio na escola Clóvis Borges Miguel, inclusive em anos anteriores. No Twitter, ex-alunas descreveram conversas e piadas de cunho sexual que ouviram na escola. Apesar dos relatos, não há nenhum registro de denúncias de assédios contra o professor, segundo a Secretaria de Educação.
"A primeira denúncia que aconteceu contra ele foi dessas meninas, o que não significa que outras denúncias não possam aparecer até mesmo contra outros professores que estão lá ou passaram pela escola", disse de Angelo, que reafirmou o compromisso da Sedu em apurar os casos.
"Eu recebo lamentando, obviamente, essas denúncias, porque de um lado a gente acaba tendo um indicativo de que aconteceu outras vezes e de outro, que ainda é mais grave, que estes alunos não tiveram oportunidade de falar, mas eu quero deixar claro que há total interesse nosso em tomar conhecimento desses casos para que a gente possa fazer a apuração e sendo procedente dar a devida punição ao servidor envolvido neste contexto", finalizou.
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