Após quatro meses do grave acidente ocorrido na BR 101, na Serra, que causou a morte de quatro membros de uma família, o empresário Emmanuel Bersacola de Assis Costa, proprietário da carreta que transportava bloco de granito, continua foragido. O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) informou, nesta sexta-feira (11), que o mandado de prisão preventiva dele está mantido. O motorista do caminhão, Rodrigo Girardi, está preso.
A tragédia aconteceu na noite de 10 de junho deste ano, por volta das 23h. De acordo com a Eco 101, à época, o motorista da carreta fez o teste de bafômetro no local do acidente, que deu negativo. O caminhão, que transportava uma pedra de granito, invadiu a contramão em alta velocidade e tombou em uma curva. O bloco então deslizou pela pista e atingiu o veículo onde estavam o casal e os dois filhos, que voltavam de férias da Bahia. Uma das crianças, de 11 anos de idade, havia sido levada, com vida, à ocasião, ao Hospital Infantil de Vitória, mas teve morte cerebral confirmada no dia 17 do mesmo mês.
Para o MPES, o condutor e o empresário assumiram o risco de causar a morte do pai, da mãe e dos dois filhos do casal, vítimas do acidente, e, desta forma, foram denunciados por quatro homicídios praticados de forma dolosa. O órgão informou ainda a intenção de que ambos sejam julgados pelo Tribunal do Júri.
Ainda de acordo com o Ministério Público, durante vistoria realizada no caminhão, a polícia apreendeu uma cartela de rebite, com uma unidade violada, o que indica o possível uso da substância pelo condutor. No momento do acidente, o motorista fugiu sem prestar socorro e o proprietário do veículo teria auxiliado na fuga dele. A alta velocidade também ficou comprovada por laudo pericial. Além disso, a carreta trafegava sem Certificado de Segurança Veicular no Detran.
Neste sentido, o caminhão não tinha autorização para transportar granito. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), à época do acidente, o veículo até estava com reboque adaptado para o transporte, mas não tinha a regularização necessária. Sobre este aspecto, o motorista seria multado.
O proprietário do caminhão contratou o motorista e permitiu o transporte de granito em veículo que, embora adaptado para essa atividade, não possuía a devida regularização. Segundo a apuração, o caminhão já tinha se envolvido em outro sinistro, em 24/04/2018, e precisava passar por uma vistoria técnica para a obtenção do Certificado. No entanto, utilizando-se de meios fraudulentos, o dono do caminhão obteve a retirada da restrição, colocando o veículo em circulação sem o certificado, afirmou o MPES.?
Procurado pela Reportagem, o advogado do empresário Emmanuel Bersacola atendeu à ligação e mencionou que não comentaria o caso.
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