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Mesmo com trégua da chuva, ruas de Cobilândia continuam alagadas

Mesmo com trégua da chuva, ruas de Cobilândia continuam alagadas

"Todo ano é assim", desabafa morador do bairro

Publicado em 17 de abril de 2018 às 09:51

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Depois das fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo nesta segunda-feira (16), o bairro Cobilândia, em Vila Velha, continua alagado nesta terça-feira (17). O local é conhecido por ficar nessa situação e, segundo os moradores, toda vez que chove, eles enfrentam essa dificuldade.

O eletricista Durval Pereira, que trabalha embaixo de casa, diz que o bairro está há três dias alagado. "A situação é sempre a mesma. Quando fecha o tempo, vai encher. O que pode tirar, colocar para cima, a gente coloca. O que não tem jeito, não tem jeito. E vamos tocando a vida".

Segundo o morador, ele não consegue trabalhar, por conta da água dentro da sua oficina. "Não tenho como trabalhar. Está cheio de água, tem uns 40 centímetros. As ferramentas estão dentro d'água. A gente não perdeu tudo porque já tinha uma previsão de chover. Mas o resto é jogar fora e comprar de novo. Todo ano é assim", conta.

O motorista Charles da Silva mostra a rua alagada. (Caíque Verli)

O motorista Charles da Silva convive com a mesma realidade. "Essa rua está alagada há três dias. Sempre que chove é assim", aponta.

OUTROS BAIRROS

Além de Cobilândia, há pontos de alagamento em Jardim Marilândia e na Avenida Carlos Lindenberg, também em Vila Velha. Veja nas fotos.

Com informações de Caíque Verli

ÁGUA INVADE CASAS DE MORADORES

A aposentada Stella Ervolino, de 64 anos, é aposentada e mora na região do sítio Batalha há mais de 20 anos e perdeu as contas de quantas vezes perdeu bens nas enchentes. Cansada, ela adaptou a casa: construiu uma cama de alvenaria (foto), trocou as portas dos móveis por portas de vidro e não tem mais gavetas baixas.

Nessa chuva, por conta da bomba que fica perto da casa dela, ela achou que poderia ficar tranquila, mas acordou com água dentro de casa. Perdeu máquina de lavar e geladeira. "Já perdi a conta de quantas máquinas eu perdi em enchente, essa que perdi agora era nova. Não sei mais o que fazer, só chorar e cobrar da prefeitura", lamentou.

Já o vendedor Ângelo dos Santos, de 53 anos, se mudou há 15 dias para essa casa com a esperança de que não teria alagamentos mas perdeu tudo. Ele calcula um prejuízo de mais de 12 mil reais. "Eu perdi móveis novos que nem comecei a pagar ainda".

Sempre que uma chuva forte atinge a Grande Vitória, a casa de Dunalva Maria da Silva, moradora do bairro Itapoã, em Vila Velha, tem prejuízo. De acordo com ela, dessa vez a família perdeu todos os móveis. O pior é a situação da mãe dela, que é uma senhora que sofreu um derrame recentemente, e fica presa no segundo andar da residência.

Água invade a casa de Dunalva Maria da Silva, em Itapoã, Vila Velha. ( Reprodução/TV Gazeta)

“A água sempre entra. Em 2013 foi pior. Entra ano e sai ano e a gente está sofrendo”, comenta.

Em questão de segundos a água também invadiu a casa da Daniela. O filho dela, que não foi para a escola porque estava passando mal, esperou pela mãe em cima do sofá para fugir do alagamento.

“Eu estava no trabalho e vim ver meu filho que tinha passado mal. Quando cheguei aqui foi só o tempo de suspender algumas coisas. Suspendi o que tinha mais valor como camas, que vão demorar a secar, roupas, gavetas. Também resgatei os dois cachorros que estavam lá atrás”, contou.

Daniela ainda explicou que para proteger a mesa da sala, ela colocou caixas para suspendê-la, assim como os mantimentos.

“É bem triste porque você paga caro pelas coisas. Você compra a vista ou a prazo e o valor fica o dobro pra você perder assim em frações de segundos”, lamenta.

Apesar da chuva ter dado uma trégua no final da tarde desta segunda-feira (16), muitas ruas continuam alagadas em Itapoã. Na Rua Jaime Duarte do Nascimento, por exemplo, as famílias perderam muitos objetos. A aposentada Raimunda Maria da Silva, de 74 anos, mora com seu pai de 99 anos e a irmã no local.

Ela contou que a água começou a entrar na casa pela manhã e explica que perdeu o guarda-roupa e a cômoda. No entanto, ainda não consegue calcular quanto de prejuízo porque ficou sem energia elétrica.

A aposentada Raimunda Maria da Silva, de 74 anos, contou que ainda nem consegue estimar quanto teve de prejuízo. (Vitor Jubini )

O cortador de roupa Kallebe Cunha Fernandes Lima, de 25 anos, também mora na Rua Jaime Duarte do Nascimento, em Itapoã, e contou que perdeu geladeira, computador, ferro de passar, além de outros pertences.

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Por volta das 8 horas desta segunda-feira (16), a água começou a invadir a residência de Kallebe enquanto ele estava no trabalho. Os vizinhos que avisaram e ajudaram a levantar as coisas. Ele disse que a última vez que a rua alagou desse jeito foi em 2013.

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