Três famílias foram notificadas a deixarem as suas casas por risco de desabamento devido a erosão que a ressaca do mar causou na região de Ponta da Fruta, em Vila Velha, na madrugada da última segunda-feira (16). Muros ficaram caídos, além de pontos comerciais e residências terem sido atingidos pela força da maré, segundo a Defesa Civil Municipal.
A Secretaria de Prevenção, Combate à Violência e Trânsito do município informou que a Defesa Civil de Vila Velha realizou uma vistoria técnica na quarta-feira (18). Equipes da prefeitura vão retornar ao local para realizar abordagens sociais com os moradores na quinta-feira (19) .
A maré cheia afetou muito a região, desestruturando algumas construções e derrubando algumas árvores. A prefeitura fez a limpeza e certamente vai envolver uma intervenção de maior porte para recuperarmos essa área tão bela da cidade que é a Ponta da Fruta, disse o prefeito Max Filho, após visitar a região.
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RASTRO DE DESTRUIÇÃO
Um dos pontos mais críticos é próximo à Escola Estadual Judith da Silva Goes Coutinho. Lá, a orla ficou destruída. Parte das peixarias e dos bares também foi atingida. Até mesmo um poste de energia elétrica foi amarrado por moradores a um barco parado, pois eles estão com medo dele desabar.
A dona de casa Mônica Carolina da Silva, que também vende comida na praia aos finais de semana, mora na orla, no segundo andar de um prédio, e conta que já chegou a passar a noite inteira acordada com medo das ondas.
"É assustador. Os turistas não vêm mais à praia e os quiosques estão sendo destruídos pela água", conta.
O comércio na orla paralisou. Uma peixaria teve o telhado arrancado pela força dos ventos. A entrada dos estabelecimentos foi danificada pela água. Carlos Roberto, que é dono de um bar na orla, não consegue trabalhar desde segunda-feira e está com medo de como vai ser o futuro. "A gente tem que trabalhar. E se algum dia o mar invadir, a gente vai ter que sair, mas a gente tem que ficar aqui porque dependemos do bar", desabafa.
É assim que está também o Alberto Martins, que é pescador da região há mais 40 anos. Ele também não está conseguindo entrar com o barco no mar e sem saber o que fazer para pagar as contas e colocar a comida na mesa da família.
"Os meus filhos já são criados, mas tenho netos que ajudo a cuidar. A minha sobrevivência é a pesca, não está dando mais", exclama Alberto.
(Com informações de Caíque Verli, da Rádio CBN Vitória)
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