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Capixabas apresentam projeto contra racismo no Encontro com Fátima

Capixabas apresentam projeto contra racismo no Encontro com Fátima

Projeto "Penso, logo respeito" é realizado por professoras da rede municipal de Vitória

Publicado em 3 de novembro de 2018 às 00:15

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Lívia Costa Araújo e Rosileia Soares tiveram um dia e tanto nesta sexta-feira (2). As professoras da rede municipal de Vitória tiveram um encontro com Fátima Bernardes, onde apresentaram o projeto "Penso, logo resisto", criado por elas e desenvolvido com alunos de 5 e 6 anos de idade do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Doutor Thomaz Tommasi, em Joana D’Arc, em Vitória.

No programa, elas contaram que tudo se desenvolveu após apresentar em sala de aula algumas fotografias que simbolizam o continente africano, explicando suas formação e proximidade com o Brasil. Mas a reação dos pequenos chamou a atenção das professoras.

"Mostramos uma princesa africana, bem colorida, elas disseram: 'Oh tia, não existe princesa preta. Elas não podem ser princesas'. Estamos falando de crianças de 5 e 6 anos e tivemos que repensar o projeto", disse Lívia durante o programa.

"A gente teve um episódio de um aluno que se recusou a brincar com outro. Aí ele trazia para gente que o relato de não brincar era por conta da cor da pele do coleguinha", explicou Lívia, deixando Fátima Bernardes surpresa com a reação dos pequenos.

Professoras da rede municipal de Vitória, Lívia Costa Araújo e Rosileia Soares participaram do Encontro com Fátima Bernardes para apresentar projeto contra racismo. (Reprodução/TV Globo)

Assim, a cultura afro foi tema de atividades em sala de aula e em casa, com a proposta de quebrar barreiras com os familiares. Os pequenos participaram de aulas de capoeira e desfiles usando turbantes e acessórios como príncipes e princesas africanos. Além disso, também pintaram quadros e ajudaram a decorar a escola com elementos que remetem ao tema.

O projeto apresentado surpreendeu até os convidados de Fátima Bernardes, que comemoraram a realização do projeto. "Estamos desde o começo do ano fazendo esse trabalho e vê-lo acontecendo é lindo", disse Rosiléia, com lágrimas nos olhos.

"Hoje estamos vivendo tempos muito difíceis, de muito preconceito e intolerância. A gente percebe que, desde pequenininho, a gente pode jogar a semente que tenho certeza que sairão cidadãos melhores, pessoas melhores", completou Lívia, dizendo que o projeto também a ajudou a se enxergar e se empoderar como mulher negra.

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"Acho que a gente mostra bem que o que é importante para derrubar qualquer preconceito é a informação, a gente se informar sobre cada um de nós", finalizou Fátima Bernardes.

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