Publicado em 29 de julho de 2020 às 13:52
Em uma crise financeira, agravada pelos efeitos do novo coronavírus na economia, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) fez um novo corte de funcionários. A empresa que administra o Porto de Vitória demitiu 15 funcionários nesta terça-feira (28). >
Devido à pandemia da Covid-19, entre janeiro e maio deste ano, a movimentação de cargas nos terminais controlados pela estatal apresentou retração de 15% em comparação com o mesmo período de 2019. >
A situação contribuiu para ter impactos ainda mais negativos no caixa da empresa, que há anos sofre para ficar com as contas positivas, mas ainda sem sucesso.>
Entre 2017 e 2019, a Codesa apresentou prejuízo acumulado de R$ 57 milhões. As demissões visam a atender também exigências da Controladoria Geral da União (CGU), que determinou a estatal tomar medidas para buscar o reequilíbrio do caixa.>
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Terminal Portuário de Vila Velha
De acordo com o órgão fiscalizador de contas públicas, a empresa, que pertence à União - teve queda de 161,71% no resultado operacional e de 230% no lucro líquido entre 2014 e 2018.>
Dos empregados na lista de desligamento, 11 eram guardas portuários, a maioria com idade acima de 60 anos e já aposentado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).>
Entre os dispensados estão trabalhadores aposentados por tempo especial, que por atuarem em área de risco, não poderiam continuar exercendo as atividades. >
O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu que aposentadorias especiais sejam pagas àqueles que optaram por permanecer no trabalho insalubre ou de alta periculosidade. >
Todos os demitidos eram efetivos, parte concursado e parte contratado antes da Constituição de 1988 estabelecer processos seletivos para os quadro das empresas públicas. Além dos guardas portuários, foram demitidos gente da área administrativa da estatal. >
Em julho do ano passado, também motivada pelos resultados financeiros, a empresa dispensou 32 funcionários. >
O INSS, na ocasião, já havia advertido a estatal sobre a irregularidade de manter funcionários ativos em área de risco que também eram aposentados por regime especial.>
Com números deficitários nos últimos anos, a Codesa será uma das primeiras estatais do setor a ser desestatizada pelo governo federal.>
Uma das propostas em estudo, conforme revelou A Gazeta em primeira mão, é privatizar a empresa e conceder à companhia ganhadora do leilão o direito de administrar as atividades do Porto de Vitória, além de autorizar o uso do terminal da Barra do Riacho.>
O estudo sobre o formato para as vendas ou concessões desses ativos deve ser concluído no segundo semestre deste ano. A previsão é de que uma consulta pública também seja aberta em outubro deste ano pelo Ministério da Infraestrutura para permitir que o leilão já ocorra no primeiro semestre de 2021.>
A Codesa foi procurada para falar sobre as demissões e disse que "continua envidando esforços para recuperar o equilíbrio econômico-financeiro da companhia e para se adequar às determinações dos órgãos de controle aos quais ela está submetida.">
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