Nos próximos dois anos, 200 micro e pequenas empresas capixabas vão se preparar para atender as demandas do mercado externo. Durante esse período, elas receberão orientações e assistência personalizada para se tornarem exportadoras. A ideia é ampliar ao nível global o mercado consumidor para os produtos do Espírito Santo.
No ano passado, as exportações capixabas totalizaram US$ 8,8 bilhões e representaram 3,9% de todas as vendas ao mercado externo realizadas pelo Brasil. Atualmente, o Estado é o 9º no ranking das Unidades da Federação em comércio externo, tendo como principal produto exportado o minério de ferro (23%). Porém, com a ampliação do leque de produtos ofertados ao exterior, esses números podem crescer nos próximos anos.
Para que essas empresas consigam exportar elas serão assistidas pelo Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A monitoria será realizada por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (Fapes) e as ações executada pela Secretaria de Desenvolvimento (Sedes).
A segunda fase do projeto foi lançada na tarde desta quinta-feira (06), no Palácio Anchieta, em Vitória. Na primeira etapa, que ocorreu entre 2015 e 2017, um total de 146 empresas capixabas receberam treinamento. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip, 98% do setor empresarial do Estado é formado por micro e pequenas empresas que, com a ajuda do programa, conseguirão exportar. "É um nicho importantíssimo a ser explorado e tenho certeza que esta é mais uma ferramenta para alavancar oportunidades ao setor produtivo, gerando o crescimento das empresas e maior número de empregos, pontua.
Entre as pequenas empresas que cresceram na primeira fase do projeto está a fábrica de moda praia e roupas femininas Borana, de São Mateus. O negócio que nasceu há nove anos com um investimento de R$ 360 de Jorge Aguiar e, com os desenhos da filha Patiara Aguiar, hoje já é comercializada em mais de sete países. A empresa familiar foi se profissionalizando e hoje já trabalha na capacidade máxima.
Segundo o presidente da Apex-Brasil, Sérgio Segovia, nesta nova etapa o programa terá como foco principal as empresas de rochas, celulose, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, cosméticos, madeira e móveis e têxtil e moda. Porém, outras atividades também poderão fazer parte do projeto. "O Estado tem um grande potencial exportador e queremos desenvolver isso. Na primeira etapa do projeto já obtivemos ótimos resultados e pretendemos continuar", comenta.
De acordo com o governador do Estado, Renato Casagrande, tornar o Espírito Santo mais competitivo é um instrumento importantíssimo para o desenvolvimento do Espírito Santo. "Somos um Estado pequeno em população e em território. Porém, o mais estabilizado do país. Em um momento em que a economia retomar o crescimento podemos estar à frente em termos de estudo competitivo", aponta.
O governador ainda ressalta que para ganhar em escala também é preciso ter infraestrutura. Isso passa pelos investimentos na área portuária, ter um aeroporto no Sul do Estado com operação comercial e melhorias rodoviária e ferrovias. "Mas já temos o Aeroporto de Vitória e agora o de Linhares aptos a receberem mais cargas. Ainda temos a ausência de um porto de cargas gerais mais competitivo, o que deve ser resolver nos próximos anos", conta.
O aumento no número de exportações também viabiliza a implementação de portos de cargas gerais no Estado, o que, por sua vez, torna o Espírito Santo mais competitivo, já que terá ampliação no número de rotas. "Estamos pensando já lá na frente. Quando os portos estiverem instalados no Estado, eles terão carga para transportar, isso é muito importante", aponta o secretário de Desenvolvimento, Marcos Kneip.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Léo de Castro, aponta ainda que esse é o caminho para aumentar a dinâmica da economia capixaba. "Buscamos romper fronteiras achar novas oportunidades para o comércio. O comércio é muito maior e oferece novas oportunidades. O caminho para isso é chegar no mercado internacional", conta.
Durante um período de 24 meses o Peiex fornece qualificação para as empresas. A capacitação tem a duração média de 40 horas e, neste período, elas receberem atendimento local de um técnico e orientação sobre requisitos gerenciais para a exportação. O programa envolve também a participação da empresa em oficinas de competitividade (cursos presenciais de curta duração sobre temas relevantes para a exportação) e a 1ª Ação de Exportação (rodadas de negócios orientativas, promovidas com comerciais exportadoras). Uma vez qualificada, a empresa poderá aderir ao portfólio de promoção comercial coordenado pela Apex-Brasil.
Ele realiza atendimento a empresas de rochas, celulose, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, cosméticos, madeira e móveis e têxtil e moda. Outros setores poderão aderir ao Programa de Qualificação.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta