Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 15:42
A discussão sobre o preço dos combustíveis nos últimos dias tem levantado uma série de ataques. O governo federal critica os governos estaduais por não reduzirem os impostos. Já os governos estaduais reagem dizendo que o governo está apresentando uma proposta populista, mas que fará mal às contas públicas. >
No meio dessa briga, ficam os consumidores que sofrem com o preço alto dos combustíveis. No Espírito Santo, por exemplo, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), o valor médio do litro de gasolina é R$ 4,72. Já o diesel chega a R$ 3,76. Mas se não existissem os tributos estaduais e federais a realidade seria bastante diferente - caindo para R$ 2,67, no caso da gasolina, e R$ 2,89 no caso do diesel.>
O último dado disponibilizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) apresenta que o ICMS corresponde, na média nacional, a 28% do preço da gasolina e 14,2% do preço do Diesel. Os impostos federais (PIS/Cofins e Cide) somam 15,5% e 8,9%, respectivamente.>
Fora os tributos, são considerados ainda na composição do preço as margens de revenda, de distribuição e de transporte, além das misturas necessárias para deixar os combustíveis próprios para o abastecimento dos veículos. >
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De acordo com o advogado especialista em Direito Tributário, Luiz Cláudio Allemand, mesmo com o imposto cobrado pelos Estados seja mais alto, não cabe a ele o controle do preço do combustível.>
Luiz Cláudio Allemand
advogado especialista em Direito TributárioJá Giuseppe Pecorari Melotti, também especialista em Direito Tributário, defende que se a União e os Estados em vez de zerarem, mas reduzissem os tributos, poderiam aumentar a arrecadação devido ao aumento do consumo. >
Na medida em que você tem uma diminuição de carga tributária, em tese, você tem uma redução do preço. Seguindo essa lógica, com um preço mais baixo o consumo tende a subir, aumentado também a arrecadação, resumiu Melotti.>
A tese é confrontada por Allemand. Reduzir o ICMS para gerar mais consumo de combustível vai gerar inflação de demanda, pois o refino vai continuar sob o domínio de uma única empresa no Brasil - 98% Petrobras -, que não tem refinarias suficientes para atender uma demanda de consumo de combustível. O que precisa fazer é abrir o mercado e gerar concorrência, defende.>
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