> >
Livro conta a disputa do ES para ser uma das maiores rotas portuárias do país

Livro conta a disputa do ES para ser uma das maiores rotas portuárias do país

Jornalista e pesquisador Antônio de Pádua Gurgel narra no livro "Portos do Espírito Santo" as curiosidades da história e a relevância do setor portuário para o desenvolvimento da economia capixaba

Caroline Freitas

Repórter de Economia / [email protected]

Publicado em 13 de abril de 2021 às 15:45

 - Atualizado há 5 anos

Manobra de navio carregado com containers no Porto de Vitória
Manobra de navio carregado com containers no Porto de Vitória Crédito: Vitor Jubini

Com seis portos espalhados pelo litoral  — de Vitória, de Tubarão e de Praia Mole, na Capital; o de Ubu, em Anchieta; de Barra do Riacho (Portocel), em Aracruz, e do Porto Norte Capixaba, em São Mateus —, responsáveis por cerca de 25% das mercadorias que entram e saem do Brasil, além de dois terminais de barcaças e terminais de combustíveis, o Espírito Santo hoje é considerado um dos maiores complexos portuários da América Latina.

A construção dessa infraestrutura, entretanto, não se deu da noite para o dia, e é quase tão antiga quanto o próprio Estado. Entusiasta do assunto, o jornalista e pesquisador capixaba Antônio de Pádua Gurgel lança nesta quarta-feira (14) o livro "Portos do Espírito Santo," que detalha a história dos portos capixabas desde o século XVI até os dias atuais.

Segundo o autor, a obra se propõe a ser uma ferramenta de divulgação do complexo portuário capixaba para o Brasil e para o mundo.

Vista de Vitória e do porto em 1937.
Vista de Vitória e do porto em 1937 Crédito: Arquivo Nacional

Hoje, há diversos terminais especializados, como de celulose, minério, produtos siderúrgicos e petróleo, e outros projetos em fase de desenvolvimento. Mas as rotas comerciais, que são de grande importância para a economia capixaba, também já estiveram interligadas a uma série de episódios marcantes da história brasileira e mundial.

“É o caso, por exemplo, do desaparecimento no século XVI de Dom Sebastião (rei de Portugal entre 1557 e 1578), da fuga da família real para o Brasil, em 1808, com a invasão de Napoleão. São episódios interessantes que mostro no livro, e que ajudam a explicar a interdependência dos portos e também a relação com outros países”, explica Gurgel.

Essas relações se mantém ainda hoje. Os principais clientes dos portos do Espírito Santo afinal, são outras nações. A cabotagem, que é a navegação entre portos do país, representa uma parcela menor da movimentação de cargas do Estado — um entrave que o governo federal vem buscando contornar com o novo programa de incentivo à cabotagem, apelidado de BR do Mar.

Antigo Porto de São Mateus, por volta de 1908
Porto de São Mateus em 1908: livro mostra evolução do complexo portuário capixaba Crédito: Arquivo/José Tatagiba

A obra de Gurgel, ele explica, passa por todos esses percalços e destaca também as potencialidades dos portos capixabas. Aliás, não é a primeira vez que o pesquisador se debruça sobre o assunto. O livro que será lançado nesta quarta é uma reedição atualizada de uma obra de mesmo nome publicada na década de 1990.

“Eu publicava nos jornais da Grande Vitória uma série de suplementos especiais chamados o ‘Espírito Santo e o comércio exterior’. Eles falavam, entre outras coisas, sobre a história dos portos, e acabaram despertando interesse, principalmente entre estudantes, que não tinham muito material de pesquisa sobre o assunto. A partir dali, veio o primeiro livro. Mas era um projeto diferente, um pouco mais limitado, até em função do que existia na época.”

De autoria de Antônio de Pádua Gurgel, o livro "Portos do Espírito Santo" será lançado na quarta-feira (14), em live transmitida por A Gazeta. Crédito: Divulgação

Naquela época, por exemplo, não existiam, por exemplo, os portos da Suzano (Portocel), da Samarco (Ubu) e o Terminal de Barcaças da ArcelorMittal. "Em Tubarão, o complexo funcionava num nível operacional muito menor que hoje. Não tinham terminais específicos para óleo e gás. Os portos que existiam na década de 1990 foram modernizados e outros surgiram também. A realidade atual é outra. E a legislação que rege o funcionamento dos portos também mudou."

Esta nova edição — publicada em versão bilíngue pela editora Protexto — vem sendo elaborada desde 2018, e, além de relembrar fatos históricos, aborda curiosidades, oportunidades e potencialidades dos portos do Espírito Santo. 

O autor explica que, para isso, resgatou informações dos suplementos que deram origem ao primeiro livro, mas também de arquivos públicos e particulares, e de entrevistas com especialistas da área, que contribuíram para que se tenha um panorama mais amplo da importância do setor portuário para a economia capixaba.

“É uma ‌ferramenta‌ ‌para‌ ‌ajudar‌ ‌na‌ ‌atração‌ ‌de‌ ‌negócios‌ ‌para‌ ‌o‌ ‌Espírito‌ ‌Santo divulgando o complexo portuário capixaba dentro e fora do Brasil”, destaca Gurgel.

SERVIÇO

  • Evento: lançamento do livro “Portos do Espírito Santo”
  • Quando: quarta-feira (14), às 18 horas
  • Transmissão: pelo portal de A Gazeta
  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais