> >
ES vai calcular prejuízo com gigante das grifes suspeita de fraude bilionária

ES vai calcular prejuízo com gigante das grifes suspeita de fraude bilionária

Dois mandados de busca e apreensão contra o grupo empresarial dono de marcas como Polo e Planet Girls foram cumpridos em Colatina

Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 16:14

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

Alvo de operação para desarticular um esquema de fraude fiscal que supera os R$ 2,5 bilhões apenas em São Paulo, uma gigante das grifes de roupas também pode ter causado prejuízos no Espírito Santo. De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), no entanto, ainda será necessário realizar uma análise para calcular o tamanho do eventual rombo tributário provocado pela marca no Estado.

Segundo informações de O Estado de S.Paulo, as investigações atingem o Grupo Restum, que é dono de marcas famosas, como a Polo Wear, Planet Girls e outras grifes, que se espalham pelo país em mais de 200 lojas.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, entre impostos devidos ao Estado de São Paulo e à União, estima-se que o grupo tenha deixado de pagar, por meio do uso de notas frias, cerca de R$ 3,1 bilhões. 

"A operação atingiu 22 alvos, sendo dois no Espírito Santo. Do total de mandados de busca e apreensão, 14 foram cumpridos em empresas, enquanto oito visaram residências", explicou o promotor Luiz Henrique Dal Poz. 

ES vai calcular prejuízo com gigante das grifes suspeita de fraude bilionária
Ministério Público do Espírito Santo cumpre mandados de busca e apreensão em empresas do setor têxtil sediadas em Colatina, como parte da investigação da Operação Vênus.
Mandados de busca e apreensão da Operação Vênus foram cumpridos em Colatina. (MPES/Divulgação)

Nesta quarta-feira (6), o MPES, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), cumpriu dois mandados de busca e apreensão em empresas do setor têxtil sediadas em Colatina, no Noroeste do Estado, como parte da investigação da Operação Vênus.

No total, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em empresas, escritórios e residências de suspeitos, nos municípios paulistas de São Paulo, Santo André, Guarulhos, Jundiaí e em Campinas, além de Colatina.

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo, no contexto de uma investigação conduzida pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP). No Espírito Santo, a operação também teve o apoio operacional do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Gerência de Inteligência Fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

As investigações do Cira-SP começaram em 2022 e detectaram fortes indícios de implementação de um esquema de blindagem e ocultação de patrimônio com o uso de “laranjas”, empresas offshores e cessões de bens. O objetivo era garantir, ao longo de toda a atuação fiscal, que fossem cobrados menos impostos da empresa e protegidas as riquezas do grupo, obtidas, segundo a investigação, de forma ilegítima. Também foram encontrados grandes episódios de sonegação fiscal e redução indevida de tributos devidos, inclusive via operações falsas de pagamento.

Como resultado da fraude fiscal, o grupo estaria devendo R$ 2,5 bilhões ao Estado de São Paulo em débitos de ICMS inscritos e ainda não inscritos em dívida ativa. Além disso, o grupo deve em imposto à União em quantia superior a R$ 600 milhões.

Na seara criminal, a investigação mostrou que surgiram também indícios de organização criminosa e lavagem de dinheiro através de empresas registradas em nome de terceiros e offshores.

Outro lado

O Grupo Restum não havia se manifestado sobre a operação até a publicação deste texto.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais