Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 12:15
- Atualizado há 2 anos
Uma operação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP) deflagrou nesta quarta-feira (6) a Operação Vênus – com alvo também em Colatina, no Espírito Santo – para desarticular um esquema de fraude fiscal bilionário operado por uma gigante das grifes de roupas.>
Segundo O Estado de S.Paulo, o alvo da operação é o Grupo Restum, dono de marcas famosas como Polo Wear, Planet Girls e outras grifes, que tem mais de 200 lojas em todo o país. >
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Colatina e nas cidades de São Paulo, Jundiaí, Guarulhos, Santo André e Campinas, em São Paulo. Todos foram expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores paulista. >
As investigações do Cira-SP começaram em 2022 e detectaram fortes indícios de implementação de um esquema de blindagem e ocultação de patrimônio com uso de “laranjas”, empresas offshores e cessões de bens. O objetivo era garantir, ao longo de toda a atuação fiscal, que fossem cobrados menos impostos da empresa e protegidas as riquezas do grupo, obtidas, segundo a investigação, de forma ilegítima. Também foram encontrados grandes episódios de sonegação fiscal e redução indevida de tributos devidos, inclusive via operações falsas de pagamento. >
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Como resultado da fraude fiscal, o grupo estaria devendo R$ 2,5 bilhões ao Estado de São Paulo em débitos de ICMS inscritos e ainda não inscritos em dívida ativa. Além disso, o grupo deve em imposto à União em quantia superior a R$ 600 milhões.>
Na seara criminal, a investigação mostrou que surgiram também indícios de organização criminosa e lavagem de dinheiro através de empresas registradas em nome de terceiros e offshores.>
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), "espera-se, para além da recuperação de créditos tributários estaduais e federais superiores a R$ 3 bilhões e da regularização fiscal pelos investigados, um efeito dissuasivo no segmento econômico, possivelmente contaminado com práticas semelhantes de outros agentes, demonstrando a capacidade de atuação integrada das instituições do Estado".>
Participaram da ação 21 integrantes do Ministério Público, 60 auditores fiscais estaduais, seis auditores fiscais federais, quatro procuradores da Fazenda Nacional, 19 integrantes da Procuradoria-Geral do Estado, além de 104 policias civis e 31 policias militares do Estado de São Paulo.>
O CIRA-SP é formado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPSP, pela Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento (DIFIS e DICAR) e Procuradoria-Geral do Estado (GAERFIS), bem como pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).>
O Grupo Restum não havia se pronunciado a respeito da operação até a publicação deste texto.>
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