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Publicado em 16 de outubro de 2024 às 11:58
“Você perdeu dinheiro em algum crime digital nos últimos 12 meses?” A pergunta, feita em uma pesquisa elaborada pelo DataSenado em parceria com a empresa de tecnologia Nexus, revelou que mais de um quarto da população do Espírito Santo foi vítima de golpes digitais entre junho de 2023 e o mesmo mês de 2024. >
O levantamento, considerado o mais amplo já feito sobre o assunto no Brasil, mostra que 26% dos capixabas já perderam dinheiro em ações criminosas de fraude na internet, clonagem de cartão ou invasão de contas bancárias, deixando o Estado na quinta colocação entre os que mais têm incidência de golpes dessa espécie. >
Na pesquisa, 21.808 brasileiros foram ouvidos em todos os Estados. No Espírito Santo, o levantamento de dados questionou cidadãos maiores de 16 anos, mostrando que, no Estado, o percentual de vítimas segue a mesma linha do âmbito nacional, onde 24% da população também afirmou ter sido vítima dos golpes.>
No "ranking negativo", os capixabas dividem a quinta colocação com o Rio Grande do Sul e ficam atrás apenas de moradores de São Paulo (30%), Mato Grosso (28%), Roraima e Distrito Federal (27%).>
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Segundo José Henrique Varanda, coordenador da pesquisa e analista do DataSenado, o levantamento é voltado para a compreensão da dimensão dos golpes contra a população brasileira. Já Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, pontua que os golpes virtuais têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados, impactando uma parcela significativa dos brasileiros.>
Para Isabela Lima, chefe de Serviço e Pesquisa do DataSenado, toda a população está na mira dos golpes, independentemente da instrução escolar e digital ou da renda familiar. >
“Quando analisamos os dados por escolaridade, observamos que 35% dos entrevistados têm o ensino médio completo, 29% com ensino superior incompleto, 22% com o fundamental incompleto e 15% com o ensino fundamental completo. Ou seja, é só uma questão de ter acesso à internet. Estando nela, o cidadão já é um alvo em potencial”, explica.>
Os números da pesquisa ainda mostram que, entre as vítimas do Espírito Santo, 47% das pessoas recebem até dois salários mínimos, 31% de dois a seis salários e 10% recebem mais de seis salários mínimos, reforçando que pessoas de variadas classes sociais são alvos em potencial.>
Nesse recorte, os números do Estado seguem similares ao do cenário nacional, já que 51% da população alegou receber até dois salários mínimos, 35% entre dois e seis salários e 14% mais de seis salários mínimos.>
No fim do primeiro semestre de 2024, outra pesquisa elaborada pelo Datafolha em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que, a cada hora, mais de 4.600 pessoas são alvos de golpes financeiros por meio de aplicativos de mensagem ou ligações telefônicas. >
As ações normalmente são oriundas de criminosos que se passam por funcionários de banco, conduzindo as vítimas ao erro, pedindo dados pessoais para a confirmação de supostas compras ou transferências. Também no intervalo de uma hora, como aponta a pesquisa, cerca de 2.500 pessoas pagam por produtos na internet que nunca são entregues, enquanto outras 1.680 pessoas têm o celular roubado ou furtado a cada 60 minutos.>
Em uma ação para combater os golpes na internet, a Serasa derrubou, de janeiro a agosto deste ano, mais de 18 mil páginas de anúncios falsos. Nos portais, criminosos utilizavam de imagens apelativas, ofertas sem embasamento e outras ferramentas que geravam ansiedade do público para limpeza dos nomes no serviço de proteção ao crédito.>
“Os criminosos mentem que são representantes da Serasa ou garantem ter um ‘contato quente’ dentro da empresa”, explica Patrícia Camillo, gerente de prevenção a fraudes do órgão.>
No Estado, o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) promove um alerta sobre o aumento dos crimes na internet com dicas para maior segurança dos capixabas. Segundo o órgão, além do prejuízo financeiro, os consumidores vítimas desses golpes também enfrentam o risco de ter seus dados pessoais coletados por criminosos, que podem usá-los para outras atividades ilegais.>
A diretora-geral do Procon-ES, Letícia Coelho Nogueira, destaca que, com o avanço das tecnologias e das redes sociais, os golpistas têm se tornado mais sofisticados, utilizando perfis falsos e inteligência artificial para enganar os consumidores. "É importante estar atento a ofertas suspeitas e verificar a autenticidade de perfis e promoções antes de qualquer transação", frisa.>
Segundo Letícia, as práticas fraudulentas evidenciam a importância de uma atenção redobrada do cidadão ao receber comunicações que mencionam órgãos oficiais. Para evitar a dor de cabeça e o prejuízo no bolso com os golpes on-line, A Gazeta listou alguns cuidados essenciais no dia a dia. Confira abaixo:>
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