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Coronavírus faz consumidores no ES cancelarem viagens para Disney e Europa

Coronavírus faz consumidores no ES cancelarem viagens para Disney e Europa

Agências que operam no Estado têm registrado alta em cancelamentos e queda nas vendas em função de fechamento de parques da Disney e aumento de casos na Europa. Dólar alto é outro complicador

Publicado em 13 de março de 2020 às 17:34

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Castelo em parque da Disney: fechamento tem provocado cancelamento de viagens. (Roger Mayhem | Pixabay)

O avanço do novo coronavírus pela Europa, o fechamento de parques da Disney pelo mundo e a alta do dólar nos últimos dias têm provocado dias difíceis para companhias de viagens. No Espírito Santo, consumidores com viagens internacionais marcadas estão optando por cancelar os pacotes com data de partida próxima.

Agências de viagens ouvidas pela reportagem de A Gazeta relataram alta nos pedidos de cancelamentos e adiamentos de pacotes e queda nas vendas nos últimos dias. As empresas garantem que têm dado a devida assistência para os clientes e que, quando necessário, chegam a entrar com processo para que as companhias aéreas cancelem voos sem multa.

Segundo Penha Nonato, proprietária da Tia Penha Tours, trata-se de "uma situação muito delicada". Ela explicou que as vendas estão caindo desde o mês de fevereiro, sobretudo em função da alta do dólar, e que passageiros estão cancelando viagens programadas para os próximos meses. "Aqueles que estão comprando a médio prazo, como para o segundo semestre, permanecem na ideia de viajar", diz.

"As empresas aéreas em geral estão fazendo reembolsos ou remarcação de passagens sem multas para os países que estão ameaçados pelo Covid-19. A mesma situação acontece com os hotéis e seguros de viagem. Algumas operadoras reembolsam em forma de crédito para uma próxima viagem. Cada caso é discutido individualmente para se achar a melhor solução", destacou.

O carro-chefe de vendas da Tia Penha são os pacotes para Orlando, nos Estados Unidos, com foco nos parques da Disney. Na quinta-feira (12), a Disney anunciou o fechamento de todos os complexos turísticos da marca no país e também da Disneyland Paris

"A previsão é que [os parques] fiquem fechados até o fim do mês. É um fato momentâneo que certamente passará em breve", disse Penha, que completou: "As pessoas que planejam viajar a médio prazo, podem continuar planejando suas viagens normalmente."

SITUAÇÃO NA EUROPA

A situação é pior para pacotes saindo do Espírito Santo com destino para a Europa, segundo informou Maria Elzira de Souza Santos, a Tia Zirinha, proprietária da agência de mesmo nome. Ela relatou que vários passageiros que iriam para a Itália fizeram cancelamentos e que chegou a entrar com processo contra uma companhia aérea que se recusou a fazer reembolso.

"Quem tem viagem comprada para os próximos dias para a Europa, sobretudo para lugares como Milão, na Itália, estão pedindo para cancelar e, a partir disso, entramos com o processo de cancelamento e damos todo o suporte", disse Zirinha, que ainda comentou sobre a situação da Disney:

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Mesmo com uma situação assim que nunca esperamos encontrar a gente não desanima. A Disney mesmo só fechou os parques uma vez quando tinha um furacão com risco de passar por lá, e isso só por um dia. Estamos fazendo o remanejamento e reestruturação de atividades e esperamos que [esse fechamento] não seja por muito tempo

Maria Elzira de Souza Santos (Zirinha)
Proprietária da Tia Zirinha Turismo
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SETOR DE TURISMO EM RISCO

O setor de turismo - que engloba atividades de  agências, companhias aéreas, hotéis, cruzeiros e seguros de viagens -, é um dos que mais deve sofrer com a iminente crise global desencadeada pelo coronavírus.

Segundo a Bloomberg, o setor de turismo pode fechar 50 milhões de postos de trabalho em todo mundo devido aos efeitos do coronavírus e às restrições de viagens aplicadas em diferentes países, como as anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Estimativas da World Travel & Tourism Council (WTTC), entidade internacional do setor, dão conta que devem ser afetadas ao menos 25% das viagens previstas para 2020.

Nos últimos dias, em meio ao caos nos mercados financeiros, as empresas ligadas ao turismo foram as que mais apresentaram quedas em valor de mercado. Na quinta-feira (13), dia em que a bolsa de valores brasileira teve o maior tombo desde 1998, as ações que mais caíram foram das aéreas Gol e Azul e da agência de viagens CVC.

A CVC explicou que a grande maioria dos clientes que viajam pela operadora, até por uma questão de perfil e renda, compram pacotes dentro do Brasil. Ainda assim, a agência informou que "para locais que contam com restrições e/ou que tenham operações canceladas por parte dos fornecedores - como companhias aéreas, hotéis e receptivos de passeios -, a CVC oferece a opção de reacomodação para outros destinos."

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