Publicado em 5 de outubro de 2020 às 14:27
Jair Bolsonaro virá ao Espírito Santo em novembro para o evento de assinatura da prorrogação por 30 anos do atual contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), operada pela mineradora Vale. A visita do presidente ocorrerá no período eleitoral, bem próximo da eleição.>
A informação foi dada na manhã desta segunda-feira (05), pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, durante evento de inauguração do novo Cais de Atalaia, no Porto de Vitória, e de celebração da renovação do contrato do Terminal de Vila Velha (TVV).>
Questionado sobre novos investimentos no Estado, o ministro declarou: No mês que vem, a gente vem aqui com o presidente para assinar o contrato da prorrogação da Vale, que é algo bastante significativo porque é o ponto de partida para a EF118.">
A EF 118 (Ferrovia Vitória-Rio), era uma das contrapartidas exigidas pelo governo federal para a prorrogação do contrato de concessão da Ferrovia Vitória-Minas.>
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Embora, os contratos da Vale para gestão não apenas da estrada de ferro Vitória a Minas (EFVM), mas também de Carajás (EFC) só vençam em 2027, no final de julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu sinal verde à renovação antecipada dos contratos, até 2057.>
Os novos contratos, mais modernos, preveem investimentos de R$ 21 bilhões, sendo R$ 8,5 bilhões na EFVM e R$ 9,8 bilhões na EFC, além do uso do mecanismo de investimento cruzado, que permite usar parte do valor de outorga para a construção de novas ferrovias do Estado com investimento privado.>
O projeto executivo para construção da EF 118 será desenvolvido pela Vale, mas, até que fique pronto, outros investimentos devem sair do papel no Estado. Um deles é o Aeroporto de Linhares, cujas obras estão em andamento. Há, inclusive, uma segunda visita do presidente Jair Bolsonaro prevista para o ano que vem, a fim de conhecer o novo espaço.>
Com a assinatura do contrato de renovação da Vitória a Minas, o Estado deve receber investimentos da ordem de R$ 4,5 bi para melhoria da infraestrutura da atual malha férrea e de localidades próximas. Até Minas, a Vale vai investir R$ 8,5 bilhões na EFVM.>
No Estado, a mineradora deve ainda aplicar outros R$ 3,2 bilhões para a construção do ramal entre Anchieta e Cariacica, da EF 118, o que vai totalizar R$ 7,7 bilhões em investimentos nos próximos anos, conforme antecipou A Gazeta.>
O valor que será usado em obras predefinidas no acordo foi aprovado pelo TCU. Uma parte significativa do que a Vale aplicará em território capixaba será voltado para a resolução de conflitos urbanos em cidades cortadas pela linha férrea.>
Em toda a ferrovia Vitória a Minas, serão construídos 22 viadutos (com custo estimado em R$ 7 milhões cada), 23 novas passarelas (R$ 927 mil cada), e 5 passagens inferiores em cruzamentos (R$ 6,3 milhões cada). Está prevista ainda a adequação de 23 passarelas existentes, implantação de 114 quilômetros de vedação da linha férrea, e a realocação de parte do ramal no município de Itabira (MG).>
No Espírito Santo, serão sete viadutos: três em Cariacica, dois em Aracruz, e um Colatina e Baixo Guandu. Já as passarelas serão oito novas e sete que vão passar por obras de adequação. Veja a tabela com as obras previstas no ES:>
Além das construções para reduzir o impacto da ferrovia nas cidades, outro investimento previsto para o Estado é a demolição do viaduto de Monte Seco, entre Ibiraçu e João Neiva. Só essa obra deve demandar cerca de R$ 3 milhões.>
O viaduto terá que ser demolido em até um ano após a assinatura do novo contrato, uma vez que os estudos apontam a possibilidade de ocorrência de acidentes. O viaduto rodoviário passa por cima da linha férrea mas não é mais usado por veículos por apresentar riscos.>
A proposta prevê ainda R$ 2,3 bilhões em investimentos recorrentes ao longo de toda a via para manutenção da superestrutura ferroviária, o que inclui custos com novos trilhos para reposição, dormentes e aparelhos de mudança de via. Só com trilhos, é estimado um investimento de R$ 23 milhões por ano.>
Há também os investimentos em frota. Apenas na renovação de locomotivas e vagões para transporte de minério, a Vale terá vai ter que desembolsar cerca de R$ 1 bilhão ao longo da concessão. >
Apesar da proposta inicial da Vale considerar que não deveria haver nos próximos anos aumento da demanda pelo transporte de passageiros na ferrovia que corta Minas e Espírito Santo, após a fase de audiências públicas, a ANTT mudou a proposta por considerar que a demanda tem crescido nos últimos anos.>
Com isso, como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, já havia antecipado em junho, a Vale terá que ampliar o transporte de passageiros na EFVM. Segundo os estudos, nos últimos anos a Estrada de Ferro transportou, em média, cerca de 1 milhão de passageiros anualmente. O modal, além de mais seguro, é também mais barato para o viajante.>
Com informações do Geraldo Campos Jr.>
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