> >
Capixaba com síndrome rara sofre 29 convulsões seguidas e sobrevive

Capixaba com síndrome rara sofre 29 convulsões seguidas e sobrevive

Dalete Campelo sofre de síndrome rara Alport (SA), doença que desencadeia a perda progressiva da função renal e auditiva afetando também a visão

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 18:06

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Dalete Campelo sofre da Síndrome de Alport (SA), doença rara doença rara que desencadeia a perda progressiva da função renal e auditiva afetando também a visão. (Arquivo Pessoal)

A história de vida da capixaba Dalete Campelo, de 34 anos, daria para escrever um roteiro de filme de superação. Em 2007 ela descobriu que era portadora de uma síndrome rara, a Alport (SA), doença que desencadeia a perda progressiva da função renal e auditiva afetando também a visão. Seu quadro passou por complicações e evoluiu para formação de um tumor no cérebro. Por conta dos nódulos, ela sofreu 29 convulsões seguidas, ficou em coma induzido por 14 dias e hoje celebra a vida.

Dalete, que trabalhava em call center, perdeu a audição em consequência da síndrome e ainda precisa conviver com as convulsões. No entanto, ela diz que não deixa de fazer nada por conta disso.

Aspas de citação

Na verdade eu sou muito agradecida porque vejo que só um milagre mesmo me fez sobreviver depois de tanta coisa que me aconteceu. Então eu tenho mais é que viver e aproveitar

Aspas de citação

"Por ser uma síndrome rara, os médicos não conheciam muito bem sobre a doença. Mas eu tinha um diagnóstico de que até os 30 anos eu poderia perder a visão e audição. Mas se até os 30 isso não me acontecesse, eu não sofreria do problema mais. E faltando dois dias para meu aniversário de 30 anos eu tive a perda da audição. Precisei colocar uma prótese e hoje escuto bem, só não posso estar em uma conversa com muita gente falando", explica.  

Dalete é casada e procura sempre estar perto de conhecidos porque as crises convulsivas podem acontecer em qualquer momento da vida, sem previsão. Ela até anda com um laudo na bolsa, caso aconteça algo. Certa vez, veio a crise e no momento em que estava passando mal, Dalete foi roubada. Precisou ser levada para o hospital e internada como indigente.

Dalete Campelo sofre de uma síndrome rara. (Octávio Bastos/ No Rock)

"Eu estava passando mal quando roubaram minha bolsa. Sorte que me levaram para o hospital. Meu marido acabou me achado porque ele perguntou aos seguranças do hospital se havia chegado alguma mulher com minhas características lá e e aí ele percebeu que seria eu. Por isso tento sempre estar com alguém por perto, porque, infelizmente, não há como prever as crises". 

Hoje, apesar de ser gestora de Recursos Humanos por formação, Dalete está aposentada por conta dos problemas de saúde, já que sua deficiência na audição a incapacita para seu cargo profissional. No entanto, ela não se deixa abalar. Gosta de se cuidar. Apesar de ter tido uma complicação em uma plástica que fez na barriga, Dalete não deixa de realizar procedimentos estéticos. 

"Tive uma complicação quando fiz a plástica porque aconteceu uma necrose. Foi horrível. Tentei 16 cirurgiões, mas nenhum quis fazer uma nova plástica por achar que a minha síndrome poderia influenciar no resultado. Até que encontrei um médico que aceitou e fez a reparação.'

Dalete vive normalmente, apesar dos cuidados que toma. Mas por conta do alto risco em gerar um filho que sofra da mesma síndrome que ela, a capixaba optou por não ser mãe. "Decidi não gerar um filho, pois a doença é genética e há um risco de 80% da criança ter o mesmo problema e de forma ainda mais grave. Foi uma decisão difícil, mas hoje vejo que foi a melhor escolha", conta.

Este vídeo pode te interessar

"Na verdade eu sou muito agradecida porque vejo que só um milagre mesmo me fez sobreviver depois de tanta coisa que me aconteceu. Então eu tenho mais é que viver e aproveitar", finaliza.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais