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Após mães dormirem no chão, Sesa anuncia ampliação de 600 vagas no Himaba

Após mães dormirem no chão, Sesa anuncia ampliação de 600 vagas no Himaba

Secretário de Estado da Saúde afirmou, nesta quarta-feira (8), que o prazo máximo para as novas consultas será de 60 dias

Júlia Afonso

Repórter / jafonso@redegazeta.com.br

Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 19:47

Mãe e filha dormem no chão enquanto aguardam atendimento no Himaba, em Vila Velha
Mãe e filha dormem no chão enquanto aguardam atendimento no Himaba, em Vila Velha Crédito: Leitor A Gazeta

Após a repercussão da luta de pais e mães que tiveram que dormir no chão do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, para conseguir atendimento médico para os filhos, o secretário de Estado da Saúde, Miguel Paulo Duarte Neto, anunciou a ampliação de 600 vagas para consultas no prazo máximo de 60 dias. 

"O que estamos fazendo de imediato para resolver essa situação é aumentar o número de consultas no Himaba, de 300 para 900 consultas, que deve ocorrer dentro do prazo máximo de 60 dias. E estamos fazendo também licitação para o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (em Vitória), com uma oferta de mais 600 consultas por mês. Então passaríamos das 300 consultas/mês para 1.500 consultas/mês", disse o secretário em entrevista ao repórter João Brito, da TV Gazeta.

Na manhã desta quarta-feira (8), o repórter Diony Silva, da TV Gazeta, esteve no Himaba. Ele conversou com mães, a maioria com filhos autistas e crianças que precisam de atendimento com médico neurologista. Aflitas em busca do agendamento, elas passavam horas na fila ou até dormiam no chão. "Tratados como verme", "absurdo" e "descaso" foram algumas das expressões usadas por elas para descrever a situação. 

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Após mães dormirem no chão, Sesa anuncia ampliação de 600 vagas no Himaba

Questionado sobre isso, o secretário disse: "Nesse momento não consigo dar uma devolutiva sobre uma melhora da forma de agendamento, mas o que posso informar é que, além de buscar uma solução com esse aumento de volume, não vamos ter a necessidade de as pessoas ficarem durante a madrugada aguardando para buscar a sua oferta de consultas. A gente vai conseguir fazer isso de maneira natural ao longo do dia de agendamento. Mas espero que no futuro a gente possa trabalhar com outra forma de agendamento. Isso precisa ser alinhado."

"Vamos ampliar o volume de consultas oferecidas. A grande questão é que hoje, por essa falta de ofertas, há essa concentração no dia em que abre o agendamento. Os pais não devem passar por isso. Não é uma situação que o governo entende como normal. Tivemos, de 2019 a 2021, um aumento de 118% na oferta de consultas, mas isso ainda é insuficiente. "

Miguel Paulo Duarte Neto

Secretário de Estado da Saúde

Ele ainda afirmou que há baixa procura por parte dos médicos pela especialidade de neuropediatria. "Estamos buscando alternativas como a teleconsulta, que pode ser em qualquer lugar do Brasil, e também buscando novos profissionais para inserir na rede. Temos mais horas disponibilizadas pelos profissionais que hoje estão no Himaba e vamos contratar mais consultas com aqueles profissionais já existentes (atualmente são três). No caso do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, é uma licitação em que vamos ofertar sete vagas. Então, se preenchidas todas as vagas, teremos essa disponibilidade também nesse hospital."

Veja abaixo relatos de quem tem passado sufoco no Himaba:

"Isso é o cúmulo do absurdo, ninguém aguenta mais, nós somos pessoas. A gente é bicho? A gente é lixo? Fazemos tudo corretamente e somos tratados como verme. A gente não aguenta mais."

Andreia da Silva

Dona de casa

"Tive que trazer porque não tinha ninguém para ficar com os meus filhos. Tive que colocar todos para dormir no chão, onde os cachorros dormem. Eu só consegui agendar para o dia 2 de junho. Isso é falta de respeito."

Janaína Lacersa Silveira

Dona de casa

"Saí às 5 horas com três crianças pequenas. Cheguei aqui e é este descaso, não tem ficha... Perdi meu tempo à toa."

Meirian Martins

Dona de casa

"(O atendimento) Estava agendado, e o hospital simplesmente desmarcou, falando que ia reagendar. Estou esperando há 7 meses. Tenho que dormir na fila. É sempre essa dificuldade. Meu filho tem autismo. Só quero dignidade, que as crianças sejam atendidas."

Roney Klipel

Técnico de informática

"Estou tentando há 5 meses. Venho e não consigo. Por telefone, não adianta, é impossível. Chego de madrugada e não consigo ficha para agendar consulta"

Elizângela Pereira

Dona de casa

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