Publicado em 14 de junho de 2020 às 16:17
Como ainda não há vacina nem medicamento específico para impedir a evolução do coronavírus, a principal receita ainda é o distanciamento social. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que a média de isolamento social dos capixabas é de 48,57%, sendo que o mínimo desejado pelo Poder Executivo estadual é 55%. No entanto os especialistas em saúde apontam que o modelo ideal para minimizar os impactos da doença é de 70%. >
Com as medidas restritivas de circulação, os governos estadual e municipais cancelaram serviços e desmarcaram diversas consultas eletivas, que têm hora marcada. Para garantir a manutenção do atendimento, algumas prefeituras iniciaram ou ampliaram a oferta da telemedicina. A Secretaria de Saúde de Vitória, por exemplo, conta com 29 médicos aptos a executarem essa modalidade de atendimento.>
É um caminho sem volta. Certamente nós vamos ampliar essa plataforma para que ela seja mais um mecanismo de acesso à saúde para o usuário. Ampliamos o serviço no mês de maio e agora temos a telemedicina para os médicos da atenção especializada: neurologista, endocrinologista e cardiologista, ou seja, temos 18 médicos atendendo na atenção especializada, explicou a secretária de Saúde de Vitória, Cátia Lisboa.>
O presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Espírito Santo (Fehofes), Fabricio Gaeede, compartilha da mesma opinião quanto ao uso das novas tecnologias para garantir as medidas de isolamento e evitar o contágio pela Covid-19 e outras doenças infecciosas. Contudo, ele analisa que ainda é necessária uma regulação mais rigorosa para garantir um atendimento seguro.>
>
A tecnologia e a saúde já vinham caminhando com os braços dados, mas, com a Covid-19, essa questão emergencial deu uma acelerada muito grande no processo. Antes havia um receio de se liberar uma resolução, mas isso tudo foi superado. A telemedicina é uma grande aliada nesse momento de crise, principalmente para evitar contaminação. Acredito que esse tema vai ficar e será potencializado tanto no mundo quanto no Brasil e aqui no Estado, disse Fabrício.>
Para o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a crise também permite uma formação de profissionais e gestores de hospitais ainda mais qualificados. Na avaliação dele, após a pandemia, o Brasil, incluindo assim o Espírito Santo, vai registrar uma produção acadêmica, científica e relatos extraordinários. Outra novidade é a maior utilização de ferramentas como o Painel Covid-19, que é alimentado a partir do Sistema de Informação em Saúde e-SUS Vigilância em Saúde (VS) lançado em janeiro deste ano.>
Alimentado com dados de notificações, casos suspeitos, confirmados e mortes de pacientes em todo o Espírito Santo, o site desenvolvido para fornecer informações sobre o comportamento da doença pode servir como base para o acompanhamento de outras enfermidades de notificação compulsória como tuberculose, hanseníase e hepatite.>
De acordo com o secretário de Saúde, antes do e-SUS, a confirmação oficial dos registros levava até três meses por causa da burocracia do processo de compilação do material apresentado pelos municípios.>
Todos que estão vivendo esse período se deparam com uma situação única. A experiência de viver uma pandemia como essa tem popularizado o domínio de conceitos de epidemiologia, saúde pública, prevalência e dissidência. Apesar de todo o momento crítico, a gente ainda não tem noção do impacto que podemos ter ao olharmos para trás e vermos o que aconteceu e como a gente venceu esse processo, ponderou Nésio Fernandes>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta