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As diferenças entre os testes do governo, de farmácia e laboratório

As diferenças entre os testes do governo, de farmácia e laboratório

Especialistas apontam que  as metodologias mais utilizadas para identificar a Covid-19 no Brasil são o PCR e o teste rápido

Publicado em 10 de junho de 2020 às 06:01

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Testes rápidos são feitos usando amostra de sangue do paciente. (Divulgação)
As diferenças entre os testes do governo, de farmácia e laboratório

Os testes que indicam o diagnóstico positivo ou negativo para o novo coronavírus têm sido aliados importantes no enfrentamento à doença. No Estado, as análises estão sendo feitas pelo Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES), estabelecimentos privados, no testes rápidos de farmácia e também pelo inquérito sorológico coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

As análises do Lacen-ES e as abordagens realizadas durante o inquérito sorológico são promovidas exclusivamente pelo governo estadual. Já os testes de farmácia e os laboratórios particulares podem ser acionados a partir do interesse de cada paciente. Médicos e farmacêuticos procurados por A Gazeta explicaram que a doença pode ser identificada por três metodologias.

“O vírus  que escandalizou o mundo tem somente seis meses. O que deu tempo de fazer foram os testes rápidos, o PCR e a pesquisa de anticorpo IgM ou IgG. Não acredito que vão surgir outras metodologias. Essas três contemplam todas as fases do vírus. Acho que agora é preciso melhorar essas três técnicas”, avaliou Silvio Folleto, farmacêutico bioquímico, mestre em Virologia e membro do Conselho Regional de Farmácia (CRF-ES).

De acordo com a farmacêutica bioquímica Daniella Dazzi, o teste PCR (sigla em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase) é considerado o principal método para identificar se o paciente com sintomas gripais está ou não contaminado com o novo coronavírus. A técnica exige a coleta de um muco da região do nariz e da garganta. O material é analisado em laboratório. Segundo os especialistas, por causa da precisão, o PCR é a metodologia adotada pelo Laboratório Central (Lacen).

Os laboratórios privados também fazem diagnóstico por meio do PCR, além dos testes rápidos e dos testes automatizados. As farmácias vendem os testes rápidos,  mesma modalidade empregada nas visitas domiciliares durante o inquérito sorológico. A prática do governo identificou que mais de 200 mil capixabas já contraíram a doença

A Sesa foi questionada sobre os testes aplicados no Laboratório Central e no inquérito sorológico mas até o fechamento desta reportagem, não havia respondido.

CARACTERÍSTICAS DOS TESTES

PCR

  • É o responsável pelo diagnóstico padrão da Covid-19. É feito a partir da coleta do muco de dentro do nariz e da boca do paciente. Para isso, é usado uma espécie de cotonete. O material é analisado em laboratório. No local, a máquina de PCR amplifica o material genético para que ele se torne visível. Em seguida, é feita uma comparação do material genético da amostra extraída do paciente com o do vírus. Se há presença do gene do vírus na amostra, o resultado é positivo para a Covid. Se não tiver, o exame é negativo. Se a carga genética é insuficiente, ele pode dar inconclusivo e será necessário repetir o exame.  

  • Quando é feito: como é um teste de recuperação do vírus, a recomendação é que seja realizado entre o primeiro e o sétimo dia após o aparecimento dos sintomas. Após esse período, o organismo começa a produzir anticorpos.

  • Resultado: varia de acordo com o volume de amostras e o local de análise, mas pode ser concluído entre um a sete dias.

  • Onde é feito: Laboratório Central (Lacen-ES) e laboratórios particulares.

TESTES RÁPIDOS

  • É feito com base na presença de anticorpos. Ou seja, da reação do corpo ao contato com o agente viral – processo que leva, pelo menos, sete dias para acontecer. Segundo o doutor em doenças infecciosas, Crispim Ceruti Junior, uma gota de sangue é coletada e colocada em contato com uma molécula do vírus, isolada em laboratório. Se a pessoa teve a doença e produziu anticorpos, eles se unem à molécula presente no teste e então o produto apresenta uma indicação colorida que atesta que houve contaminação.

    “Vale destacar que nem todo mundo produz anticorpo depois do contato com o vírus ou se produz, produz em níveis muito baixos que os testes rápidos não detectam. Isso vai se acentuando ao longo do tempo. Então, quanto mais tarde for feito, após o aparecimento dos sintomas, mais chance de o resultado ser um falso negativo. Às vezes, teve o contato mas o teste não tem a técnica adequada para indicar”, explicou Crispim.

  • Quando é feito:  só pode ser feito após a fase aguda da doença. Geralmente, a partir do décimo dia após o surgimento dos sintomas.

  • Resultado: cerca de 15 minutos.

  • Onde é feito: farmácias e laboratórios privados.

TESTES AUTOMATIZADOS

  • Uma alternativa para quem suspeita já ter entrado em contato com o vírus são os testes automatizados que indicam a presença dos anticorpos na fase aguda (IgM) ou na fase posterior ao contágio (IgG). Segundo a farmacêutica bioquímica Daniella Dazzi, essa modalidade é mais precisa, apresenta maior sensibilidade e poder de detecção. 

  • Método para identificar anticorpos IgM e IgG: a partir de sete dias após o aparecimento dos sintomas, já é possível fazer a pesquisa dos anticorpos (IgG e IgM). Quem não apresentou sintomas, mas entrou em contato com alguém comprovadamente doente, deve fazer o exame após 14 dias do encontro.

  • Método para identificar anticorpos IgG: quem não tem nenhum sintoma, mas entrou em contato com algum doente, deve solicitar o exame 21 dias após o contato. Se a pessoa apresentou os sintomas, deve fazer o procedimento depois de 14 dias.

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