A Gazeta sempre teve o compromisso de informar sobre os avanços da Ciência e os impactos dela na vida de todos os capixabas. Por isso, no ano passado, os jornalistas Sullivan Silva e Carlos Alberto Silva embarcaram em uma expedição rumo à Ilha da Trindade, localizada a 1.200 quilômetros de Vitória. Uma viagem que durou oito dias e que permitiu mostrar o trabalho de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que analisam a formação dos rios na região.
De acordo com o professor doutor de Geografia Física, Eberval Marchioro, a reportagem sobre a ilha foi importante para levar à sociedade em geral o conhecimento científico que é produzido nesse território capixaba no meio do Oceano Atlântico. Segundo ele, a cobertura jornalística trouxe uma grande repercussão e reconhecimento para o estudo, desenvolvido sob sua orientação pelo pesquisador Gabriel Nogueira.
Ao evidenciar nosso trabalho para quem não está no meio acadêmico ou não está acostumado a ler periódicos científicos, as pessoas passam a ver as pesquisas como um trabalho essencial. Isso é importante para gente nesse momento de debate da universidade pública, mostrando a relevância desse tipo de atividade e da nossa universidade para todos, conta Eberval.
A Ilha é pouco conhecida pelos brasileiros e está localizada na extremidade oriental de uma cadeia de montanhas de vulcões submarinos inativos, chamada de Cadeia Vitória-Trindade. Por causa da sua posição estratégica para a defesa do país, o local é ocupado pela Marinha brasileira, que mantém o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade, o Poit. O acesso de turistas é proibido e as visitas são permitidas apenas para os militares e pesquisadores.
Juntamente com a Ilha Martim Vaz e outras formações ao redor, Trindade é objeto de estudos que analisam o relevo, as cadeias marinhas, corais, pássaros e os caranguejos. De formação rochosa, o arquipélago ostenta samambaias gigantes e é berçário para diversas espécies de animais que só existem lá.
Segundo o professor, a pesquisa realizada por Gabriel Nogueira ajuda a entender como o relevo da região evolui e dá subsídios para o planejamento e gestão ambiental dentro da ilha, em outros ambientes insulares e até em ambientes continentais. Este é o caso da Bacia Hidrográfica do Rio Duas Bocas, estudada por Eberval, que abrange os municípios de Cariacica e Santa Leopoldina.
Isso vai nos permitir no futuro comparar esses dois ambientes com características tão singulares, como é o comportamento hidrogeomorfológico dessas bacias hidrográficas, adianta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta