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Publicado em 7 de maio de 2025 às 13:38
A Polícia Civil investiga suspeitas de lesão corporal denunciadas por pacientes que fizeram cirurgia plástica com o médico Renato Harckbart Carvalho, na clínica do profissional, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. No dia 24 de abril deste ano, o estabelecimento chegou a ser interditado pela Vigilância Sanitária Municipal após denúncias.>
Pacientes do cirurgião plástico denunciaram que tiveram problemas de saúde após as cirurgias. Uma delas é a aposentada Ruti Leia Marques, de 56 anos, que está internada há dois meses em um hospital no município. Ela conversou com o repórter Matheus Passos, da TV Gazeta Sul, mas pediu para não mostrar o rosco. Em entrevista, contou que começou a se sentir mal logo após a cirurgia no abdômen realizada no início de 2025.>
Ruti Leia Marques
Aposentada e uma das pacientes da clínicaA família da paciente registrou um boletim de ocorrência. Segundo a Polícia Civil, o caso segue em investigação pela Delegacia de Infrações Penais e está sob em sigilo. >
Além do caso da Rute Leia, outras cinco denúncias foram feitas à Polícia Civil. Na tentativa de reparar os danos de uma cirurgia plástica que fez com o médico Renato Harckbart Carvalho, Marlucia Santos contou à reportagem que passou por mais quatro procedimentos.>
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Marlucia Santos
Paciente do médicoA servidora pública Eduarda Castilho também afirma que ainda vive o trauma das sequelas sofridas após o procedimento realizado na clínica em 2020. “Foi esse o trauma. É psicológico, é emocional, e a autoestima que não volta. Enfim, tomar ansiolítico agora, por que é horrível olhar para o espelho, não vou mais a praia. É muito doloroso”, desabafou.>
A advogada Luana Gasparini, que representa as mulheres que afirmam ser vítimas de procedimentos realizados pelo médico, denunciou os caso ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES).>
Luana Gasparini
Advogada das denunciantesO advogado Fábio Marçal, que faz a defesa de Renato Harckbart Carvalho, informou que três denuncias esperam resposta do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e duas foram arquivadas. “O que se tem é fotos de internet e propagação de internet de imagens fortíssimas, de pós operatórios de uma intercorrência pôs operatória. Ele responderá de maneira técnica aonde for intimado a esclarecer”, afirmou. >
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também apura o caso e abriu uma Notícia de Fato, que é um ponto de partida, um procedimento inicial para reunir informações e ajudar o promotor a decidir se existem elementos suficientes para uma investigação ou não. O órgão pediu informações a um dos hospitais que atendeu a paciente Ruti Leia, e encaminhou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES).>
Procurado pela reportagem, o CRM-ES informou, em nota, que "não se manifesta sobre casos concretos. Os trâmites de sindicância e eventuais Processos Ético-Profissionais correm sob segredo de Justiça, conforme estabelece o Código de Processo Ético Profissional". >
Orientamos que eventuais atualizações sobre o caso sejam solicitadas diretamente ao órgão responsável da Vigilância Sanitária, que poderá fornecer informações dentro dos limites legais. Permanecemos à disposição para esclarecimentos institucionais gerais.>
Em decorrência das denúncias de clientes, a pedido do Ministério Público, a Vigilância Sanitária de Cachoeiro visitou o espaço médico e decidiu pela interdição do local. Por nota, o órgão explicou que não havia alvará sanitário válido, e que foram encontradas “não conformidades dos instrumentos utilizados na clínica". >
Na ocasião também foi emitido um auto de infração, que ainda pode ser contestado em 15 dias. “Após esse prazo o município estabelece o valor da multa da infração”, informou. A desinterdição ocorreu na última semana e indica, segundo a Vigilância Sanitária da cidade, que os problemas foram sanados. Mas o órgão assinalou que ainda há pontos que o profissional médico tem que corrigir, dentro do prazo dado na notificação. >
A clínica do cirurgião plástico Renato Harckbart Carvalho também foi alvo de um desvio milionário de recursos. O caso foi divulgado pela colunista Vilmara Fernandes, de A Gazeta. A conclusão de um inquérito policial, já encaminhado à Justiça do Espírito Santo, responsabiliza os cinco por supostos crimes como estelionato, apropriação indébita, associação criminosa e lavagem de dinheiro.>
Com informações de Matheus Passos, da TV Gazeta Sul>
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