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Publicado em 26 de novembro de 2021 às 19:31
Com a queda gradual do número de mortes e de casos confirmados da Covid-19, acompanhada de uma maior cobertura vacinal, prefeituras do Espírito Santo e governo do Estado se movimentam acerca da realização ou não do carnaval de rua em 2022. A poucos meses da data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adicionou uma nova "variante de preocupação" no cenário da pandemia. >
Com a variante Ômicron, surgida na África do Sul, a realização do carnaval de rua, em que não há o controle de pessoas, fica complicada. A afirmação é da doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, que acredita ser possível a realização de eventos com o monitoramento dos participantes por testes PCR ou comprovante de vacinação. >
O carnaval de rua, tradicional no Centro de Vitória e em outras cidades do Estado, ficaria inviável sem um controle de quem entra e sai do evento, de acordo com análise da especialista. Para Ethel Maciel, o cenário de pandemia fica ainda mais arriscado com o surgimento da nova variante. Na avaliação da professora, eventos com aglomerações fora de controle não devem acontecer no próximo ano.>
Ethel Maciel
Doutora em Epidemiologia e professora da UfesEm entrevista ao jornalista Mário Bonella, apresentador do programa CBN Cotidiano, da CBN Vitória, Ethel — comentarista do quadro CBN Especial Coronavírus — explicou que eventos-teste estão sendo promovidos com segurança. A exigência do comprovante de vacinação e a obrigação de apresentar testes negativos para a Covid-19 são formas de garantir menor transmissão do vírus. Ouça a entrevista completa:>
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Em casos como esses, em eventos controlados, Ethel Maciel ressalta o baixo nível de transmissão e, mesmo com a possibilidade de contaminação, o surgimento de casos leves da doença. A doutora em epidemiologia faz questão de diferenciar os riscos na realização de um carnaval em um clube fechado e na rua, ao ar livre com aglomeração de pessoas.>
"Carnaval de rua é muito complicado acontecer diante de uma nova variante. Carnaval em clube, se você tiver como controlar, é a mesma forma de fazer um casamento ou show. Não é o fato de ser carnaval, mas o fato de ser um local fechado com muitas pessoas. Qual o controle possível?", afirma.>
A doutora em Epidemiologia e professora da Ufes Ethel Maciel afirma que prefere ter uma posição mais conservadora quando se trata de liberação de eventos. >
"Você tem a opção de ir ou não ir [a um evento], é preciso sempre analisar a situação, o seu risco, a sua exposição. Há necessidade neste momento? O que pensamos é sobre hoje, não sabemos do amanhã. Pode ser que a variante chegue, seja uma preocupação, consiga enganar o sistema imunológico, comprometa a proteção da vacina, muda tudo", detalha.>
Apesar do surgimento de uma nova "variante de risco", Ethel Maciel explica que não há motivos para mudar os cuidados.>
Ethel Maciel
Doutora em Epidemiologia e professora da UfesA especialista explica que a Ômicron é a quinta variante classificada como de "preocupação". Antes dela, foram selecionadas Alfa, Beta, Delta e Gama. >
"Esse é o pior nível de classificação. São mais de dez mil variantes desde o início da pandemia, mas apenas cinco conjuntos de mudanças viraram alvo 'preocupação'. A Ômicron passa a ser uma variante de preocupação, mas ainda não sabemos se ela causa doenças mais graves. O que podemos afirmar é que em províncias onde ela está se espalhando, a contaminação ocorre de maneira muito rápida. Vale lembrar que há um percentual pequeno de vacinados na África do Sul", afirma.>
Ethel diz que a variante deve chegar ao Brasil, mas ainda não é possível estabelecer como será o comportamento do vírus. Ela celebra que haja um grande percentual de vacinados no país, o que dá mais segurança no combate ao vírus.>
No Espírito Santo, o carnaval ainda não é uma certeza. O surgimento de uma nova variante da Covid-19 é uma preocupação para o governo do Estado. Em entrevista à coluna de Leonel Ximenes, o diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, destaca que a tendência é de melhora no estágio da pandemia. Porém, o diretor afirma que uma nova variante "poderia reverter as tendências de casos e óbitos", o que levaria a um aumento nos indicadores. >
Pablo Lira ressalta a importância da vacinação e cita a relevância da comprovação do imunizante na entrada de eventos. Na quinta-feira (25), o governador Renato Casagrande (PSB) adiantou que vai exigir passaporte sanitário para quem for assistir às escolas de samba ou desfilar na avenida.>
Em Vitória, por outro lado, os planos estão menos adiantados. Também à coluna de Leonel Ximenes, o prefeito Lorenzo Pazolini disse que a exigência do comprovante citado por Casagrande ainda é "mera especulação".>
O prefeito da capital lembrou uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que conferiu autonomia aos municípios em decisões locais de combate à pandemia, afirmando que ainda não há definição sobre o carnaval 2022. >
"Todas as decisões sobre o tema serão objeto de discussão com profissionais da saúde, com base em critérios científicos e sanitários, visando à preservação da vida e integridade dos capixabas”, destacou o prefeito ao colunista de A Gazeta. >
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