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Nova cepa de coronavírus: ES reforça investigação de testes "inconclusivos"

Nova cepa de coronavírus: ES reforça investigação de testes "inconclusivos"

Sequenciamento genético, que é a metodologia mais adequada para captar a nova variante do vírus, não é feito no Estado. Secretário de Saúde aponta, contudo, que o resultado inconclusivo acende alerta para uma possível mutação

Publicado em 2 de janeiro de 2021 às 15:12- Atualizado há 3 anos

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Covid-19: Testes para detectar o novo coronavírus em Linhares
Coleta de amostra para realização de teste RT-PCR em Linhares . (Prefeitura de Linhares )
Autor - Iara Diniz
Iara Diniz
Repórter de Política / [email protected]

Com a recomendação da Anvisa para que os laboratórios utilizem testes que foquem em diferentes alvos virais, com o objetivo de identificar a nova variante da Covid-19, o Estado do Espírito Santo vai reforçar a vigilância para testes que têm resultado "inconclusivo".

O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen) não realiza o sequenciamento genético, que é a forma mais indicada para identificar as mutações do vírus. Assim, quando um teste feito no Estado aponta um resultado inconclusivo, ele acende o alerta da possibilidade de uma variante do coronavírus.

Nesses casos, a amostra precisa ser encaminhada para o laboratório Fiocruz, no Rio de Janeiro, para análise.

"Quando os resultados de RT-PCR dão 'inconclusivo' é possível que, em alguns casos, possa se tratar de variante genética do vírus. Na rotina do Lacen, essas amostras são repetidas e, se confirmadas como inconclusivas, são encaminhadas para sequenciamento genético pela Fiocruz", explica o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.

O teste padrão usado no Espírito Santo é o RT-PCR, que pesquisa o RNA do vírus e é feito através da coleta swab (cotonete) no nariz ou na garganta. Esse tipo de exame já utiliza mais de um alvo viral para identificar a presença do novo coronavírus, ou seja, busca por mais de uma parte do gene do vírus na amostra. 

Segundo a Anvisa, usar testes que analisam mais de um marcador reduz o "impacto ao diagnóstico" por parte da nova variante da Covid-19. A agência teme que, dependendo do lugar onde ocorre a mutação no vírus, ele deixe de ser "captado" pelos meios de testagem, o que levaria a uma dificuldade em acompanhar o avanço da doença.

De acordo com Nésio, o Estado não vai precisar mudar a forma de testagem que vem sendo feita, mas vai redobrar a atenção para os casos inconclusivos. Ele aponta que desde setembro a Sesa já trabalha com a possibilidade de uma variante em circulação. 

"A gente continua aumentando nossa capacidade de testagem e a vigilância em cima dos casos inconclusivos", afirmou, destacando, contudo, que é possível que haja variações do vírus que sejam difíceis de serem identificadas através dos métodos de testes populares atualmente.

"Mas nem todas as mutações possuem expressão de variação radical dos genes do vírus que comprometam o resultado do exame com os kits do PCR e tecnologias atuais", ponderou o secretário.

NOVA VARIANTE É MAIS TRANSMISSÍVEL

A variante SARS-CoV-2 VUI 202012/01, inicialmente identificada no Reino Unido, apresenta 14 mutações, resultando em alterações de aminoácidos e deleções de genes, sendo que uma destas está relacionada ao gene S do vírus, segundo a Anvisa.

Segundo especialistas, ela é mais transmissível, mas não necessariamente mais grave. Porém, como a velocidade com que ela é transmitida é maior, ela pode acabar ocasionando mais óbitos.

No Brasil, foram encontrados em São Paulo dois casos de coronavírus provocados pela nova variante. Não há registros no Espírito Santo. 

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