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Maioria dos pais de alunos da rede particular está insegura com volta às aulas

Maioria dos pais de alunos da rede particular está insegura com volta às aulas

Levantamento conduzido pelo sindicato das escolas particulares aponta que grande parte também prefere continuar com atividades remotas, mesmo quando for autorizado o atendimento presencial

Publicado em 21 de julho de 2020 às 06:01

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Sala de aula de alunos da educação infantil
Sala de aula de alunos da educação infantil: segmento deve ser o último a voltar, na avaliação dos pais. (Nicole Honeywill Sincerely /Unsplash)

O Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES) promoveu uma pesquisa com as famílias de alunos da rede e, pelo levantamento, a maioria se mostra insegura com a volta às aulas presenciais - suspensas desde março devido à pandemia de Covid-19. Grande parte dos pais também revelou que prefere manter apenas as atividades remotas, mesmo depois que o retorno for autorizado pelo governo do Estado

O questionário enviado aos pais ou responsáveis pelos alunos relacionou 12 perguntas para orientar as instituições a definir estratégias de atuação e ajudar nos preparativos para o retorno presencial. A pesquisa foi realizada no período de 16 a 22 de junho, e foram registradas  10.444 respostas, abrangendo da educação infantil ao ensino superior na rede particular. 

Entre as questões apresentadas, o Sinepe indicou datas prováveis para retorno, ainda em julho e também no início de agosto, mas 53,7%, dos 10.164 que responderam à pesquisa, declararam não se sentir seguros, mesmo com todos os protocolos de saúde que as escolas estão adotando para receber os estudantes. Outros 20% indicaram que a data deve ser a determinada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). 

Questionados sobre a possibilidade de manter os filhos apenas com atividades remotas, em casa, enquanto se sentirem inseguros, 79,2%, dos 10.115 que se manifestaram, informaram que gostariam de ter essa opção. 

As famílias também foram questionadas sobre que grupo deveria ser o primeiro a retornar, caso haja a necessidade de uma retomada gradual. A maioria indicou o ensino superior como prioridade, seguido do ensino médio. A educação infantil foi a última opção.

Houve, ainda, questões relacionadas à concessão de descontos antes e depois da pandemia, sobre perfil dos estudantes e nível de satisfação com as atividades remotas. Neste quesito, 66,4% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o trabalho das instituições. 

PARÂMETRO PARA ESCOLAS

O vice-presidente do Sinepe-ES, Eduardo Costa Gomes, destaca que, embora não se trate de uma pesquisa com embasamento estatístico, com margem de erro e intervalo de confiança, por exemplo, serve de parâmetro para as escolas, tanto do que vem sendo realizado quanto para o que ainda precisa ser feito. 

Eduardo Gomes observa que a percepção favorável de boa parte dos pais em relação às atividades remotas, que foram construídas de maneira emergencial, demonstra que os professores, apontados como a linha de frente da educação na pandemia, estão se esforçando bastante para o melhor resultado. "É tudo muito difícil, muito angustiante. Mas, em sua maioria, os professores conseguiram desenvolver um bom trabalho".

Apesar da avaliação positiva, o vice-presidente do Sinepe-ES pondera que a atualização desse modelo será necessária por dois aspectos: primeiro porque a tecnologia leva os jovens a migrar de interesse, e o que é bom em uma hora, em outra já não é mais e o melhor exemplo é o comportamento deles nas redes sociais; e  segundo é que, mesmo com o retorno presencial, as aulas remotas vão continuar. 

Quanto à preocupação com o retorno demonstrada pelos pais, Eduardo Gomes argumenta que, no período em que a pesquisa foi realizada, os indicadores da Covid-19 no Espírito Santo eram bastante negativos, com números de casos e mortes crescendo em ritmo acelerado. Agora, com cenário um pouco mais favorável, ele acredita que as famílias devem se sentir mais seguras. De toda maneira, ele ressalta, o retorno só vai ocorrer quando as autoridades sanitárias liberarem a reabertura das escolas. 

Eduardo Gomes diz ainda que o Sinepe vai atualizar a pesquisa, entre o final deste mês e o início de agosto, e orientar as instituições a também fazer seu levantamento com a comunidade escolar, para que o gestor possa tomar a decisão mais assertiva, ouvindo todos os pais, estabelecendo seus próprios parâmetros para a retomada. "As pesquisas servem como um instrumento a mais das escolas sobre ações que precisam adotar", finaliza. 

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