Publicado em 30 de abril de 2020 às 19:40
Não é preciso muito para ajudar o próximo. Basta tempo, dedicação e, nesse caso específico, um pouco de tecido, elástico e habilidade manual cinco coisas que Jéssica e Teresa Vieira Ramos têm dentro de casa, onde mãe e filha produzem diariamente dezenas de máscaras de tecido para doação. >
Qualquer pessoa que passar pela rua em que elas vivem, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, pode pegar uma para se proteger do coronavírus. Colado à grade da janela da residência, um cartaz feito em papel sulfite alerta para a possibilidade: Aqui tem uma artesã. Pegue sua máscara. É de graça.>
Jéssica Raiany Vieira Ramos Justo Leal
Formada em Direito e quem costura as máscarasA ação solidária começou na semana passada, por iniciativa da aposentada Teresa. Eu sempre trabalhei na área da saúde pública e sei da dificuldade, que é muito grande. Eu também sempre gostei e fiz artesanato. Como tenho uma máquina de costura em casa, essa era uma forma de eu conseguir ajudar, contou. >
Pouco depois de a agulha perpassar o tecido pelas primeiras vezes, ela recebeu o apoio da filha. Como a minha mãe passou por uma cirurgia no braço e ficou com uma pequena limitação dos movimentos, ela corta o tecido e eu costuro, para agilizar o trabalho, explicou Jéssica, que é formada em Direito.>
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Embora nenhuma delas já tivesse confeccionado máscaras anteriormente, elas garantiram que a produção é simples para quem já fez bainha de calça e outras pequenas costuras. É fácil, não tem segredo, afirmou Jéssica. Juntas, elas estimam que conseguem produzir cerca de 50 unidades por dia. >
Só nesta quarta-feira (29), foram 30 e o número, que por pura humildade das envolvidas foi considerado pequeno, é limitado por causa do espaço em que as máscaras são produzidas. A máquina fica em um terraço coberto, que é muito quente durante o dia. Então, só começamos por volta das 19h, explicou a filha.>
Jéssica Raiany Vieira Ramos Justo Leal
Formada em direito e quem costura as máscarasApesar da existência de um horário para começar, esse trabalho voluntário não tem hora para acabar. Ficamos lá até o meu pé cansar ou a máquina esquentar muito. Depois, eu desço, tomo banho e vou dormir, revelou a jovem.>
Vivendo com uma renda limitada e com duas pessoas no grupo de risco, a família se preocupa com a quantidade e a variedade dos tecidos. Não temos muito mais e a maioria é floral ou infantil. Não tem masculinos, disse Teresa. Questionada se sabia quantas pessoas já tinha ajudado, a resposta revela o mais importante: não contei, só queria mesmo poder ajudar.>
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