Publicado em 30 de agosto de 2023 às 15:37
O sofrimento da família de Amanda Marques ganhou mais um capítulo nesta semana: o homem condenado pelo crime foi solto após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a mãe da vítima, Renata Aparecida Marques, não se conforma com a liberdade de Wagner Nunes de Paulo — condutor do veículo que atingiu a jovem em abril de 2021, na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha.>
Em entrevista à TV Gazeta, ela contou que desde a morte da filha vive à base de remédios e se mudou da casa onde morava com Amanda para amenizar a saudade. "Vivo com remédios para dormir, para tudo, para tentar viver um pouco porque é difícil a saudade, a tristeza, a impunidade do Brasil com a gente. Revoltada. Muito revoltada. É inacreditável", afirmou.>
A decisão do STJ de soltar Wagner é do dia 8 de agosto, mas a família da jovem só soube da soltura do acusado recentemente.>
Renata Marques
Mãe da vítimaA mãe de Amanda também afirma que espera pela condenação do motorista.>
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"Tem que ser condenado. Eles deveriam amenizar a dor de uma mãe. A mãe já sofre. Eu já sofro com a dor da perda. Ele me arrancou, ele já me tirou tudo que eu tinha na minha vida. Me deu isso aqui, esse presente (disse mostrando a certidão de óbito da filha). Isso dói, dói muito. Muito mesmo. Eles deveriam ver o sofrimento da gente", disse Renata.>
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para Wagner Nunes de Paulo — condutor do veículo que atingiu e matou Amanda Marques em 17 de abril de 2021. A decisão saiu no dia 8 de agosto e, desde então, ele está em liberdade.>
Wagner estava preso preventivamente desde o acidente. Ele conduzia um Toyota Corolla na Rodovia Darly Santos, quando atingiu a moto em que estava Amanda e o namorado dela à época, Matheus José da Silva.>
Caso Amanda Marques
A decisão do STJ definiu uma série de medidas cautelares que deverá ser seguida por Wagner, como proibição de frequentar bares e restaurantes. A habilitação para dirigir veículos também está suspensa.>
Para Fábio Marçal, advogado da família de Amanda, as medidas cautelares determinadas pelo STJ não são suficientes.>
"Houve relatos de ameaças no dia, interferência de algumas autoridades, e isso pode influenciar numa futura convocação das testemunhas, que podem se sentir constrangidas, ameaçadas e atrapalhar o curso natural do processo", disse o advogado.>
David Metzker, advogado de defesa de Wagner, afirmou que, em março, o cliente já havia tido o habeas corpus negado pelo próprio STJ, mas que conseguiram reverter a decisão.>
"Foi exatamente o que foi pedido em habeas corpus. A defesa entende que se trata de um resultado adequado para o momento e técnico, visto que a prisão não pode ser uma antecipação de pena", ressaltou o advogado.>
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