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Lancha que sumiu a caminho do ES: "Não conseguimos descansar, nem comer", diz filha

Lancha que sumiu a caminho do ES: "Não conseguimos descansar, nem comer", diz filha

Marinha afirma ter encontrado freezer com alimentos conservados durante as buscas, mas não confirma relação com o barco desaparecido. Buscas entram no quinto dia com uso de navio, helicóptero e avião

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 13:03- Atualizado há 3 anos

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Foto de Domingos Salvio Ribeiro de Souza, Guilherme Ambrosio de Oliveira Nascimento, Wilson Martins dos Santos, José Cláudio de Sousa Vieira e Ricardo José Kirst, desaparecidos desde o domingo (31)
Lancha com cinco amigos saiu do Rio de Janeiro no dia 26 e está desaparecida desde o domingo (31). (Arquivo Pessoal)

Continuam as buscas pelos cinco tripulantes desaparecidos que estavam a bordo de uma lancha que saiu do Rio de Janeiro com destino à Fortaleza, no Ceará, e que faria uma parada em Vitória para reabastecimento. A embarcação “O Maestro” perdeu contato na última sexta-feira (29) e, desde então, familiares estão aflitos com a falta de notícias, mas esperançosos de que os cinco serão encontrados.

Um dos desaparecidos é Domingos Salvio Ribeiro de Souza. A filha dele, Lilian Lima Ribeiro, conversou com a reportagem de A Gazeta e relatou como têm sido os últimos dias no aguardo de notícias das buscas realizadas pela Marinha.

“A situação da gente como família é desesperadora. Não conseguimos descansar, nem comer. Ficamos o tempo inteiro esperando atualizações, a marinha nos atualiza 2x ao dia. No começo da tarde, quando eles falam sobre as atualizações das buscas que ocorrem pela manhã. E a noite, quando eles nos dão informações das buscas que ocorrem durante a tarde. Então passamos o dia esperando angustiados sempre pensando que na próxima atualização vem aquele sopro de esperança”, disse.

Os outros desaparecidos são Guilherme Ambrosio de Oliveira Nascimento, Wilson Martins dos Santos, José Cláudio de Sousa Vieira e Ricardo José Kirst, todos do Ceará. Eles saíram do Rio de Janeiro no último dia 26, com destino à Fortaleza. Uma parada em Vitória para reabastecimento estava programada, mas o contato foi perdido na última sexta-feira. As buscas pela Marinha do Brasil começaram no domingo (31). Estão sendo utilizadas embarcações e aeronaves para tentar localizar os cinco tripulantes.

“TEMOS ESPERANÇA”

Lilian disse ainda que os familiares têm esperanças de que todos serão encontrados com vida, já que os tripulantes têm experiência no mar e um deles até já passou por situação parecida e conseguiu se salvar.

“Nós ainda acreditamos que eles estão lá, só aguardando serem resgatados. O Renato, afilhado do meu pai e filho do Wilson, nos conta que o pai dele já passou por situação parecida, como pescador, e conseguiu sair dessa. Temos esperança que todos vão ser encontrado com vida, mesmo debilitados. Tenho muita fé em Deus, mas também tenho fé em meu pai. Ele sempre me falou que conseguia se virar no mar, então estamos colocando toda nossa fé, que é verdade, que ele realmente vai sair dessa”.

FREEZER ENCONTRADO

Nesta quarta-feira (3), os familiares receberam da Marinha uma informação de que foi encontrado a cerca de 46 quilômetros da costa de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, um freezer horizontal, com diversos alimentos em bom estado e dentro da validade, indicando serem recentes. A reportagem de A Gazeta entrou em contato com a Marinha para confirmar a informação. Por telefone, a assessoria de imprensa confirmou que um freezer foi encontrado, mas afirmou que não tem como confirmar que tenha relação com a embarcação desaparecida.

BUSCAS

Na manhã desta quinta-feira, ainda não houve uma atualização oficial por parte da Marinha sobre as buscas. O último comunicado sobre foi enviado na tarde desta quarta-feira (3). No informativo, a Marinha explicou que o trabalho continuava com o uso do Navio-Patrulha “Macaé” e a aeronave Sea Hawk (SH-16), da Marinha do Brasil, e de uma aeronave P-95 da Força Aérea Brasileira (FAB), além de embarcações e aeronaves civis que trafegam na área.

“As buscas seguem padrões técnicos e consideram os efeitos de correntes de deriva e ventos observados na área. Nos esforços realizados até o presente momento, não foram encontrados indícios que pudessem contribuir para a localização da embarcação e de seus ocupantes. Durante todo o período de buscas, o navio e as aeronaves da MB e da FAB realizaram uma varredura de mais de 44.000 km², percorrendo uma faixa litorânea entre Porto do Açu, São João da Barra (RJ) e a Restinga da Marambaia (RJ), com um distanciamento de até 90 km da costa”, completou.

A Capitania dos Portos do Rio de Janeiro informou ainda que está em contato permanente com os familiares dos tripulantes. Assim que o comunicado desta quinta-feira (4) for enviado, esta matéria será atualizada.

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Navio-patrulha e aeronaves estão sendo utilizados nas buscas(Divulgação / Marinha do Brasil)

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