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Justiça do ES manda médica apagar vídeos sobre cloroquina

Justiça do ES manda médica apagar vídeos sobre cloroquina

Profissional afirmou que prefeitura não estava comprando medicamentos por divergência política com Bolsonaro

Publicado em 30 de maio de 2020 às 12:25

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Nenhum estudo científico sobre cloroquina comprovou eficácia da droga contra a Covid-19
Nenhum estudo científico sobre cloroquina comprovou eficácia da droga contra a Covid-19. (freepik.com)

Justiça do Espírito Santo determinou que a médica Priscila Coelho Rabelo Machado apague postagens nas redes sociais em que acusava a Prefeitura de Baixo Guandu, na região Noroeste do Estado, de estar colocando a população em risco por não comprar cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com coronavírus. Cabe recurso à decisão.

Em vídeos publicados na internet, com milhares de compartilhamentos, a médica diz que o prefeito Neto Barros (PCdoB) tem deixado de comprar cloroquina e hidroxicloroquina para o Hospital Estadual João dos Santos Neves, no qual Priscila trabalha, devido a suas divergências ideológicas com o governo Jair Bolsonaro (sem partido). Ela diz que a cloroquina é "a pílula da vida".

Estudos científicos diversos têm mostrado que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina não tem eficácia no tratamento do coronavírus e, mais que isso, pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.

O vídeo da médica converteu-se em pressão sobre a prefeitura, que então passou a explicar que as informações eram falsas.

Na ação, a prefeitura afirma que ela causou "alarme e alvoroço na população de Aimorés-MG [ela também diz atender nessa cidade] e Baixo Guandu-ES, em um vídeo que está sendo disseminado em grupos de whatsapp em velocidade incontrolável."

Para conter o problema, acionou a Justiça.

Em sua decisão, o juiz Denis Carpaneda afirma que está claro que não é função da prefeitura fornecer medicamentos para uma unidade estadual de saúde e, por isso, Priscila estaria divulgando informações "inverídicas e alarmantes".

Ele, então, determina que ela exclua os vídeos das redes sociais em até 24 horas e não faça novas publicações com "informações inverídicas". O descumprimento de qualquer uma das determinações da Justiça acarretará à médica uma multa de R$ 10 mil.

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A Gazeta tenta contato com médica Priscila Coelho Rabelo Machado, mas ainda não conseguiu. 

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