Uma família de Vila Velha foi condenada a três anos de prisão após a morte de 11 cães e gatos, além de cinco cachorros encontrados em situação de maus-tratos dentro de um apartamento. O caso aconteceu em janeiro de 2021 e a sentença foi divulgada nesta segunda-feira (14), pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES).
Segundo os autos, dois dos três réus, sendo companheiros, eram responsáveis por um abrigo de animais. Devido a uma lotação no local, a dupla pediu para que a terceira acusada, filha do casal, abrigasse temporariamente alguns cachorros em seu apartamento.
A jovem, que na época do ocorrido tinha 21 anos, teria colocado os animais em seu apartamento, localizado no Centro de Vila Velha, com seus cinco gatos. Segundo o TJES, a acusada teria abandonado, por pelo menos 15 dias, os animais sem água e comida, em um ambiente encontrado pelas autoridades em condições insalubres.
Durante o julgamento, a jovem teria afirmado que estava sofrendo perseguições do síndico do prédio em que residia. A mesma ainda contou que, por sentir medo, começou a ficar períodos fora do apartamento e começado a usar drogas.
Os três acusados foram condenados, pelo juiz Flávio Jabour Moulin, a três anos, dez meses e 20 dias de reclusão, além do pagamento de multa e proibição de guarda de animais pelo mesmo prazo pela morte de cinco gatos, seis cachorros, além das más condições de desnutrição e debilidade em que os animais foram encontrados
A reportagem de A Gazeta procurou a advogada de defesa divulgada pela família na época do acontecimento, porém foi informado que ela não seguiu no processo. Este espaço segue em aberto para que a atual defesa dos condenados se posicione sobre a decisão judicial.
Conforme noticiado pelo A Gazeta na época, os animais foram encontrados após vizinhos do imóvel terem começado a sentir um forte odor, que ultrapassava uma barreira formada por duas portas de entrada lacradas com fita adesiva, e acionarem a Guarda Municipal de Vila Velha.
Quando chegaram ao apartamento, os agentes se depararam com um cenário deplorável. O chão do local estava coberto de fezes e restos de papel molhado com urina. Havia muito lixo e os restos mortais de 11 animais, mortos a pelo menos 15 dias, dentro do apartamento. Os cachorros que sobreviveram não tinham água e se alimentavam do corpo dos que haviam morrido.
Na época, equipes da Secretaria do Meio Ambiente de Vila Velha foram até o apartamento e constataram que todos os cachorros e gatos perderam a vida em decorrência da falta de água e de comida
Jovem foi internada em clínica psiquiátrica
Ainda em janeiro de 2021, a mãe da jovem, que também foi condenada, afirmou que não sabia da situação dos animais encontrados dentro do apartamento da filha. A mulher contou que a jovem dizia a todo mundo que os animais se encontravam bem, mas depois foi descoberto que ela estava internada, sendo avaliada por uma equipe em uma clínica psiquiátrica.
A família ainda teria sido acusada de cometer estelionato após terem divulgado uma vaquinha nas redes sociais do abrigo que administravam. Segundo testemunhas, o casal teria afirmado que as doações recebidas seriam destinadas às despesas com os animais e a compra de uma chácara, onde ficariam os cães.
Entretanto, o juiz, responsável pelo caso, entendeu que não havia provas o suficiente de que o casal teria vantagem econômica em prejuízo alheio
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