Publicado em 19 de abril de 2022 às 14:36
A pandemia do coronavírus já dura mais de dois anos e, apesar das várias ondas, variantes e milhões de casos registrados pelo mundo, há uma parcela da população que nunca foi infectada pela Covid-19 até o momento. Esse fato tem levantado questionamentos sobre as razões para alguns estarem, aparentemente, mais protegidos do agente infeccioso. >
Em muitos casos, pessoas que dividem o mesmo espaço com infectados pela Covid não contraíram o vírus. O fato é é que há sim características individuais que determinam o grau de imunidade. Contudo, não devemos desconsiderar também outras medidas de proteção, como uso de máscara e isolamento. >
Cientistas ainda procuram responder essa pergunta, sendo que alguns estudos já publicados começam a esclarecer essa questão. Uma das teorias, como mostrou a CNN, é a de que algumas pessoas são capazes de eliminar o coronavírus graças a anticorpos neutralizantes e células T de memória que têm no corpo em função de resfriados antigos.>
Outra teoria é de que certos seres humanos são capazes de produzir substâncias dentro de suas células. São substâncias que não apenas destroem o vírus invasor, mas também destroem a célula infectada.>
>
A pneumologista Dyanne Dalcomune observa que o organismo de algumas pessoas oferece uma resposta mais rápida quando é "atacado" pelo vírus. >
Dyanne Dalcomune
Pneumologista da Rede MeridionalEssa condição é o que, segundo a médica da Rede Meridional, também justifica o fato de idosos com mais de 90 anos que, mesmo antes de ter a vacina contra a Covid-19 e serem de grupo de risco pela faixa etária, sobreviveram à infecção, ao passo que pessoas bem mais jovens evoluíram com gravidade e morreram. >
Dyanne frisa que, apesar de terem esse perfil, a vacina não deve ser dispensada. "Mesmo essas pessoas têm benefícios ao se vacinarem. Todos têm que se vacinar.">
Ana Carolina D'Ettores, infectologista da Unimed Vitória, corrobora que se tratam de características biológicas individuais, o que também determina, por exemplo, como o organismo de cada pessoa responde à vacina. Um paciente com câncer ou outra doença, explica a médica, tem uma capacidade menor de resposta imunológica.>
"Ouvimos muito falar que algumas pessoas ficam pouco doentes ou não fazem febre, são características do corpo humano. Mas, no caso da Covid, há outros campos que ainda não entendemos e vão ser descobertos", aponta Ana Carolina, acrescentando que esse traço biológico é muito específico e, por isso, há tanta diversidade nas manifestações da Covid-19. >
Embora a melhor condição de resposta imunológica em determinadas pessoas ainda possa surpreender, o infectologista e professor Lauro Ferreira Pinto afirma que essa não é uma particularidade da Covid-19. >
Lauro Ferreira Pinto
Infectologista e professorAlém desse contexto, há que se considerar outra situação. Lauro Ferreira observa que a imunidade individual pode fazer com que algumas pessoas fiquem assintomáticas, ou seja, elas se infectam, mas não manifestam sinais gripais. É um indicativo de que têm resposta de anticorpos mais forte e menor suscetibilidade ao vírus - proteção que ainda pode ser adquirida com a vacina. >
Como os assintomáticos também transmitem o coronavírus, é por essa razão que as autoridades sanitárias orientam que todos que mantêm contato com pessoas infectadas façam o teste para diagnóstico da doença. O resultado positivo exige isolamento social e, se em uma casa por ventura alguém não se contaminou, o uso de máscaras deve ser contínuo por todos os moradores. >
* Com informações de Aline Nunes>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta