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Em três meses, Hucam perdeu duas colaboradoras de formas trágicas

Em três meses, Hucam perdeu duas colaboradoras de formas trágicas

A enfermeira Íris Rocha de Souza atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes; já Karla de Alexandre Sanches Martins atuava como assistente administrativa no centro cirúrgico

Publicado em 10 de abril de 2024 às 17:12

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A enfermeira Íris Rocha de Souza e Karla de Alexandre Sanches Martins
A enfermeira Íris Rocha de Souza e Karla de Alexandre Sanches Martins. (Acervo Pessoal)

Em três meses, duas colaboradoras do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória, perderam suas vidas de forma trágica. O hospital também é marcado pelo assassinato da médica Milena Gottardi Tonini, em 14 de setembro de 2017, no estacionamento da instituição, localizado no bairro Santos Dumont, na região de Maruípe.

A enfermeira Íris Rocha, que tinha 30 anos, foi encontrada morta em uma estrada de chão em Alfredo Chaves no dia 11 de janeiro. Ela estava com perfurações na região do tórax e o corpo coberto de cal, para ocultar a localização, disfarçar o odor e agilizar o processo de decomposição. Ela estava grávida de oito meses, de uma menina que se chamaria Rebeca.

Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, ex-namorado de Íris, foi preso como principal suspeito do crime.

A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Ufes, e atuava como pesquisadora na Hucam, na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil. A Ufes manifestou pesar pela morte de Íris.

"Ela parte deixando-nos muitas lições de coragem e resistência, mas também um sorriso permanente a qualquer um que a encontrasse. Que a família e amigos tenham consolo e serenidade para atravessar esta tempestade", diz a nota do curso de Ciências Fisiológicas da Ufes.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), ofereceu denúncia contra Cleilton. O órgão pediu a condenação do denunciado por "feminicídio praticado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito, além de provocar aborto sem o consentimento da gestante".

Morte em acidente

Karla de Alexandre Sanches Martins morreu no acidente de carro na ES 060 (Rodovia do Sol).
Karla de Alexandre Sanches Martins morreu no acidente de carro na ES 060 (Rodovia do Sol). (Daniel Marçal)

Na última segunda-feira (8), Karla de Alexandre Sanches Martins, de 40 anos, morreu durante um grave acidente na ES 060 (Rodovia do Sol), em Guarapari. Ela era colaboradora do Hucam, onde trabalhava como assistente administrativa no centro cirúrgico.

A mulher estava no carro com o marido e a filha de oito anos, que também morreu devido à batida – o veículo bateu em um poste às margens da Rodovia do Sol.

Em nota, a Hucam lamentou. "Neste momento difícil, esta instituição expressa apoio e solidariedade à família, aos amigos e aos colegas de trabalho", afirmou.

Caso Milena Gottardi

Milena Gottardi
A médica Milena Gottardi foi morta em 2017, no estacionamento do Hucam. (Arquivo Famílias/Redes sociais)

O assassinato da médica Milena Goattardi Tonini, em 14 de setembro de 2017, no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), quando saía do trabalho, é um dos crimes mais marcantes do Espírito Santo e com grande notoriedade. Pelo crime, seis pessoas foram condenadas, entre eles, o ex-marido da vítima, Hilário Frasson.

O julgamento do crime durou oito dias — um dos mais longos da história da Justiça capixaba. Teve início em 23 de agosto de 2021. O último dia de júri, iniciado às 9h da manhã de 30 de agosto de 2021, no Fórum Criminal de Vitória, foi concluído quase às 22h com a leitura da sentença. Os jurados se reuniram por cerca de quatro horas para decidir o destino dos réus.

Dos seis réus, cinco ainda permaneciam presas no sistema prisional capixaba, segundo apuração da colunista Vilmara Fernandes. Em setembro do ano passado, A Gazeta publicou uma reportagem sobre o local onde cada um dos réus está detido

Milena foi baleada na cabeça e teve a sua morte declarada no dia seguinte, deixando duas filhas, que na época tinham um ano e dez meses e nove anos. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), o motivo do crime foi porque Hilário não aceitava a separação, o que o fez "nutrir um sentimento de ódio contra a médica".

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