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Em intervalo de 3 meses, jovem testa positivo duas vezes para Covid

Em intervalo de 3 meses, jovem testa positivo duas vezes para Covid

Em julho, após apresentar os sintomas, teste confirmou que uma moradora da Serra estava com a Covid-19. Em outubro, novo exame indicou a doença

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 18:08

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Pandemia do novo coronavírus: vacina vira disputa política
Jovem foi submetida a exame laboratorial nas duas vezes em que apresentou sintomas, e o resultado foi positivo para Covid. (Fernando Zhiminaicela/Pixabay )

Em julho, dias após sentir febre, dor de cabeça e enjoos, uma moradora da Serra de 29 anos confirmou em teste que estava com a Covid-19. Quase três meses depois, ao voltar a sentir os sintomas, acompanhados desta vez de perda de paladar e do olfato, veio a surpresa: o novo teste voltou a confirmar a mesma doença.

O primeiro teste (PCR) foi feito em 17 de julho, em um laboratório particular, cinco dias após aparecerem os sintomas. Dias antes o marido dela havia tido o mesmo resultado positivo. O casal manteve a quarentena em casa, sem contato com familiares e amigos.

Em intervalo de 3 meses, jovem testa positivo duas vezes para Covid

A jovem conta que nesta primeira fase os sintomas da doença foram mais leves. “Senti febre por dois dias, mas nada grave, além de dor no corpo e de cabeça. Não perdi o paladar e nem tive problemas na garganta. Comecei a sentir os sintomas depois que o meu marido positivou para a Covid-19”, relata.

Após algumas semanas, o casal melhorou e manteve as atividades, com ela trabalhando em casa. Para sua surpresa, no início do mês de outubro, ela voltou a sentir os sinais da doença, mas desta vez com mais sintomas, incluindo a perda do paladar e olfato. 

“Começou no dia 5 de outubro com dor de cabeça forte, tomei dipirona, mas ela voltava. Achei que era gripe, mas foi piorando. No terceiro dia comecei a perder paladar e olfato, a ter dores de cabeça, nariz congestionado, garganta irritada e dor nos olhos, dor no globo ocular”, relata.

Ao consultar o médico em uma unidade de saúde da Serra, ela foi avaliada com sintomas gripais e até suspeita de sinusite. Como a situação piorou, ela foi em outra unidade de saúde. “Não melhorei, continuei com muita dor de cabeça e comecei a suspeitar de Covid-19. No dia 9 de outubro fiz outro exame (PCR)”, contou.

Ela só teve acesso ao resultado no último dia 17. O exame foi feito pelo Laboratório Central (Lacen) do Estado, e, para sua surpresa, voltou a ser positivo para a Covid-19. “Como os sintomas permaneceram, voltei ao posto de saúde e ele constatou que estou com pneumonia por causa da Covid-19. Passou antibiótico, corticóide, e orientou a ficar de repouso porque ainda tenho sintomas fortes do vírus no corpo”, relata a jovem.

Surpresa com o novo resultado, a jovem, que pediu para não ter o seu nome divulgado, conta que sempre manteve cuidados, evitando exposição e aglomerações. “Na primeira vez fui contaminada porque meu marido também teve a doença. Mas sempre me cuidei, uso máscara, álcool em gel, saio o mínimo possível, e não faço ideia de onde posso ter pego o vírus”, conta.

O médico, segundo a jovem, apontou que ela pode ter sido reinfectada ou que o vírus permaneceu em seu corpo de forma mais branda, voltando a causar a doença uma segunda vez.

REINFECÇÃO NÃO CONFIRMADA

De acordo com a chefe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Larissa Dell’Antônio, mesmo com dois testes positivos para a Covid-19, em meses diferentes, não é possível afirmar que se trata de uma caso de reinfecção pelo novo coronavírus.

Ela explica que a secretaria aguarda a divulgação de um protocolo a ser divulgado pelo Ministério da Saúde para conduta a ser adotada para a identificação de possíveis casos de reinfecção, estabelecendo prazo, testes, condições, dentre outros detalhes.

Os testes feitos pela paciente foram em laboratórios diferentes, observa Larissa, e no primeiro deles não há muita informação sobre a clínica, ou seja, sobre os sintomas apresentados pela paciente, o que dificulta a análise. “O primeiro teste foi feito em um laboratório particular e não temos a amostra para fazer uma análise”, esclarece.

Outra dificuldade é que não houve um teste negativando a doença, no intervalo de tempo entre os dois resultados positivos, o que levaria a uma possibilidade de reinfecção. 

Outra possibilidade, aponta, é o vírus ter permanecido no corpo da paciente, de forma residual. “E com uma oscilação da imunidade, pode ter ocorrido uma recidiva da doença, mas é uma possibilidade”, observa Larissa.

Larissa destaca que a paciente deve manter o isolamento, seguindo as orientações médicas, evitando contato com outras pessoas. Ela lembra ainda que, desde setembro, nos casos das pessoas com contaminação, os familiares precisam também ser testados, o que precisa ser feito pelo município.

A moradora da Serra informou que recebeu apenas uma ligação da Secretaria de Saúde do município, solicitando informações sobre o seu estado de saúde.

A Prefeitura da Serra, por nota, informa apenas que “o município não tem casos confirmados de reinfecção até momento”.

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