Há cerca de três meses, o pedreiro Alexsandro Tonn Loose, de 30 anos, deixou o bairro Feu Rosa, na Serra, com destino à Itália, onde, ao lado da esposa e o filho pequeno, iniciou uma vida nova em busca de oportunidades. Após conseguir cidadania italiana, a família se instalou na cidade de Verona, na região de Vêneto.
Na Itália, o capixaba iria prosseguir com a profissão que já exercia no Brasil. Alexsandro é de uma família de cinco irmãos, todos pedreiros e atuantes na área da construção civil. Nesta segunda-feira (13), ele iniciou no ofício em uma obra no bairro Pompilio, na província de Mântua, e, por volta das 9h30 do horário local, ele caiu de um andaime a seis metros de altura e não resistiu à queda.
O acidente e morte de Alexsandro foram reportados pela imprensa local. Após duas semanas fechado, o canteiro de obras retomou as operações no dia em que o capixaba começou a trabalhar.
O sonho de Alexsandro em prosperar na Itália foi abruptamente interrompido. A família, no Estado, recebeu a notícia por meio da esposa dele, Gioissi Silva. Segundo o irmão do pedreiro, Magno Loose, a cunhada entrou em contato, muito abalada com a perda repentina do marido.
Assim como Alexsandro, Magno também é pedreiro e disse que o irmão era muito experiente na profissão. "Ainda não entendemos muito bem como foi o acidente, mas soubemos que ele caiu de um andaime no segundo andar e que ainda não havia sido contratado formalmente pela empresa. Desde muito cedo sempre trabalhamos como pedreiro e meu irmão era dedicado e atento no ofício. Somos em cinco irmãos, todos pedreiros. Nossa família é de Bicanga, na Serra, e todos o conheciam. A notícia da morte dele, da forma como foi, abalou a todos", disse.
Um dia após a fatalidade, a família do capixaba, tenta agilizar o translado de avião do corpo de Alexsandro até a Serra, onde pretendem realizar o sepultamento. Ocorre que os custos estimados e a burocracia envolvidos tornam a situação ainda mais difícil.
"Não sabemos direito a quem recorrer. Estamos falando com amigos, conhecidos e pessoas que tem alguma influência por aqui para nos ajudarem. Na Itália, um conhecido do meu irmão tentou nos ajudar, mas pouco conseguimos. O custo estimado para trazê-lo seria de cerca de R$ 100 mil e não temos condições. Por isso fizemos postagens e estamos aqui pedindo apoio", contou Magno.
O pedreiro contou que o irmão ainda não estava regularizado na empresa que o contratou. No pouco avanço que conseguiu, ele salientou que a companhia ofereceu duas passagens aos pais de Alexsandro para que fossem até Itália. Ocorre que a mãe deles reside em Rondônia e uma viagem nas atuais condições não é o ideal para ela, segundo o filho.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com o Itamaraty em busca de informações sobre a situação de Alexsandro na Itália. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores se colocou à disposição da família para os trâmites necessários.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Milão, encontra-se à disposição para prestar a assistência cabível aos familiares do nacional brasileiro, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.
Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito. Não há previsão legal para o pagamento do traslado com recursos públicos.
Ressalte-se que, em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, mais informações poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos ou de seus familiares diretos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.
Nesta terça-feira (14), o irmão do capixaba informou que o corpo de Alexsandro segue no necrotério Carlo Poma e as investigações sobre as causas do acidente estão em andamento, de acordo com a imprensa local.
Após a publicação da reportagem, o Ministério das Relações Exteriores respondeu à demanda feita por A Gazeta. O texto foi atualizado
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