Publicado em 1 de maio de 2020 às 14:58
Os familiares de detentos do sistema prisional do Estado fizeram uma manifestação nesta sexta-feira (1º) na sede do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Após o crescimento do número de mortes nos presídios capixabas já são 10 casos confirmados, com dois óbitos as famílias dos internos estão preocupadas com as medidas para evitar o contágio dentro das prisões.>
Segundo esposas de presos ouvidas pela reportagem, com a suspensão das visitas, os presos estão tendo o direito de falar com a família por telefone, em uma ligação de dois minutos, que é feita a cada 15 dias. Elas afirmam que ao abordar o assunto sobre o controle da pandemia no sistema prisional, os agentes encerram o telefonema.>
"Meu esposo tem 56 anos, está em Viana e dividia cela com um dos presos que morreu. Ele não foi isolado, nem foi feito teste nele. Meu marido cometeu um erro e está pagando pelo o que fez, mas quero que ele saia de lá vivo. Não estão deixando a gente ter informações sobre a situação lá dentro", reclama uma mulher, que prefere não se identificar.>
Um grupo de familiares de detentos protocolou uma súplica destinada ao presidente do Tribunal, Ronaldo Gonçalves de Souza, para que a Justiça acompanhe a situação dos internos e que, se não houver condições de manter um ambiente seguro dentro da prisão, que permita, durante a pandemia, que os detentos em grupo de risco possam cumprir pena com prisão domiciliar.>
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"Queremos que se tenha o mesmo cuidado com eles como se tem com qualquer outro cidadão. Os agentes tiveram o direito de ser testados, por que não testam também nossos familiares? Não queremos ter a tristeza de retirar os corpos dos nossos filhos e esposos da penitenciária. Queremos mais cuidado e mais transparência. Tem família que há 20 dias não consegue contato porque são os agentes que ligam. Se a pessoa não puder atender na hora, o detento perde a vez", afirma outra esposa de detento.>
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) suspendeu as visitas aos presídios. Por meio de nota, o órgão informou que autorizou a ligação assistida entre internos e familiares para manutenção do vínculo familiar. >
As ligações telefônicas, que não faziam parte da rotina, estão autorizadas de forma breve e supervisionada para que o interno possa interagir com seus familiares. O contato é proativo, ou seja, a ligação é feita para o familiar, para que esse novo procedimento não interrompa ou atrapalhe demais atividades e rotinas das unidades prisionais. Além das ligações assistidas, há a opção de contato através pelos familiares com as equipes de serviço social da unidade, diz a nota. >
A lista com e-mails e telefones de todas as unidades está disponível em sejus.es.gov.br.>
A Sejus informou ainda que se reuniu com representantes da Comissão de Mães de Detentos do Espírito Santo para repassar as medidas adotadas e receber demandas.>
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