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Publicado em 9 de julho de 2025 às 13:33
Com 54% do seu território situado na zona rural, Vila Velha vem se destacando no cenário agrícola capixaba. A região de Xuri, por exemplo, possui colheitas expressivas de pimentão, tomate e inhame durante o período entre fevereiro e agosto. E os cultivos estão ultrapassando os limites do Espírito Santo e chegando a outras regiões do país, como o Sul e o Nordeste. >
A Fazenda Sonho Meu, do produtor rural Sante Jovane Lorenzon Filho, é um exemplo dessa produção em ascensão: 14 hectares de sua propriedade são destinados à produção desses três alimentos. Só o plantio de pimentão, iniciado no começo de abril, deve render cerca de 250 toneladas. Já a estimativa para o tomate é de 300 toneladas; e, para o inhame, 160 toneladas.>
Segundo Sante, o futuro do cultivo na região é promissor, mas ele alerta que a produção exige alto investimento e dedicação constante. “É preciso muito cuidado e conhecimento técnico para lidar com esses alimentos, porque eles são muito sensíveis à temperatura e a pragas”, afirmou. O produtor lembrou, também, os desafios que enfrentou nos dois últimos anos, quando a infestação de pragas reduziu pela metade a sua produção de tomate. Este ano, no entanto, ele conseguiu reestruturar a lavoura.>
Sante Jovane Lorenzon Filho
Produtor ruralOutro produtor que aposta na força da agricultura local é Almir Lorenzon, da Fazenda Bem Pertim. Ainda com foco no abastecimento interno, ele destina sua colheita para a Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES) e para o comércio próprio. Almir apontou que uma das principais dificuldades enfrentadas pelos agricultores é lidar com os efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor e chuvas intensas. Ainda assim, acredita no crescimento do setor. >
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Almir Lorenzon
AgricultorAinda de acordo com os produtores, a plantação na área rural de Vila Velha apresenta uma vantagem significativa devido à sua topografia plana. Isso permite que máquinas sejam utilizadas de forma eficiente nas lavouras, agilizando a manutenção do plantio e reduzindo a necessidade de mão de obra.>
Apesar do otimismo, os produtores relatam que ainda não recebem apoio direto do Estado. No entanto, acreditam que, agora que Vila Velha conta com uma Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), o município estará mais presente nas lavouras. >
A Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap) informou, em nota, que criará o Complexo do Agro, que será implantado na zona rural e oferecerá serviços como patrulha mecanizada, abertura de estradas vicinais e apoio técnico. Além disso, estão prevendo a criação de uma estufa e de um viveiro municipal, com distribuição de mudas e fertilizantes orgânicos. A previsão, segundo a Semap, é que essas ações devem entrar em funcionamento a partir do segundo semestre de 2025.>
O bom momento da agropecuária no município acompanha uma tendência do Estado. Em fevereiro deste ano, o Espírito Santo registrou desempenho positivo em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A agropecuária foi responsável pela criação de 563 vagas com carteira assinada no mês, ficando atrás apenas dos setores de serviços (4.234), comércio (669) e construção (477), e à frente da indústria (331).>
Ainda segundo o levantamento, no primeiro bimestre do ano, Vila Velha registrou um bom desempenho no saldo de empregos, com 641 vagas criadas até fevereiro. Embora tenha ficado atrás da Serra (1.064) e Linhares (692), o município superou Cachoeiro de Itapemirim (454) e Itapemirim (371).>
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