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Publicado em 24 de junho de 2021 às 18:36
Após o Congresso Nacional derrubar, no início de junho, uma série de vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que congelava os R$ 770 milhões remanescentes da Lei Aldir Blanc, os municípios capixabas se preparam para receber cerca de R$ 7,5 milhões em recursos federais que serão aplicados na área cultural, extremamente afetada por conta da pandemia da Covid-19.>
Conforme as novas regras, Estados e municípios tem até 31 de dezembro para usar o saldo remanescente das contas criadas para receber a verba da LAB. Além disso, está autorizado o repasse às cidades de recursos que foram devolvidos ao Fundo Estadual de Cultura e também fica prorrogada a prestação de contas até 30 de junho de 2022 (para Estados e Municípios). Aprovado o veto, o texto segue para promulgação da Secretaria Especial de Cultura e será publicado como norma legal.>
Secretário Estadual de Cultura, Fabrício Noronha comemorou a conquista. "Foi uma vitória expressiva. Apenas 12 deputados votaram a favor do veto do presidente. Isso mostra a mobilização do setor cultural, que trabalha em conjunto com a sociedade civil. Nosso engajamento agora está em orientar os municípios capixabas na aplicação desses recursos", apontou, dizendo que esteve em Brasília (DF) nesta quarta-feira (25) conversando com Aldo Valentim, Secretário Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural, para saber quando a regulamentação da LAB será assinada pelo Governo Federal. Somente após esse protocolo, o dinheiro poderá ser usado.>
"Eles nos deram um prazo de 15 dias, que vence na metade de próxima semana. A Secretaria Especial de Cultura nos garantiu que a tramitação está correndo conforme o previsto.">
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Como anunciado, os municípios do ES contam com cerca de R$ 7,5 milhões que não foram usados na primeira leva do auxílio emergencial. Além disso, cerca de R$ 1,6 milhão está em posse do Fundo Estadual de Cultura, gerido pela Secult/ES. De acordo com Fabrício Noronha, esse dinheiro é proveniente de 13 cidades capixabas que não cadastraram um plano de ação cultural quando a Aldir Blanc foi regulamentada, em meados de 2020. >
"Já entramos em contato para saber como e se esses municípios pretendem utilizar esses recursos. É preciso responder o ofício de mapeamento da Secult/ES. Em parceria com o Fórum de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura do Espírito Santo, estamos dando todo o suporte para o uso dessa verba", aponta Noronha.>
O secretário adianta que, caso essas localidades não utilizem a verba retida, pretende juntá-la ao recurso residual do Governo do Estado (o que não foi usado do montante recebido da Aldir Blanc) e investi-la em ações do Fundo Estadual de Cultura.>
"Vamos trabalhar em parceria com Conselho Estadual de Cultura e a Comissão de Monitoramento, criada para gerir os fundos da Aldir Blanc. Em conjunto, deveremos decidir como o dinheiro será aplicado", explica. >
Segundo a presidente do Fórum de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura do Estado do Espírito Santo - e subsecretária de Esporte, Cultura e Turismo de Viana -, Renata Weixter, os municípios foram orientados a fazer procedimentos administrativos necessários enquanto esperam a regulamentação de Brasília.>
"Queremos estar com tudo pronto para iniciar as chamadas públicas e editais a partir de julho para que os empenhos ocorram dentro do prazo previsto e o nosso lema é que nenhuma localidade fique para trás", pontua.>
Entre as cidades do Espírito Santo que ainda estão com dinheiro em caixa para investir em cultura, estão Vitória (R$ 1.582.446,00), Vila Velha (R$ 212.975,77), Serra (R$ 168.314,00), Cariacica (R$ 325,341,00), Viana (R$ 379.735,00) e Colatina (R$ 385.177,00). Há municípios que não empenharam nenhum centavo recebido, como Barra de São Francisco (R$ 337.097,00) e Venda Nova do Imigrante (R$ 201.822,00).>
"É necessário que esses municípios façam a reprogramação do recurso no orçamento vigente, alterando a Lei Orçamentária Anual (LOA) por meio da abertura de Crédito Adicional Especial ou abrir crédito suplementar de Superavit de Fundo. Sobre esse procedimento, o Fórum preparou uma documentação para servir como referência", adianta Weixter.>
Outro ponto importante, entre os vários essenciais, adianta que a cidade precisa abrir cadastros dos fazedores de Cultura, por meio do Mapa Cultural Municipal, para ter melhor entendimento sobre as demandas de cada região.>
"Os municípios que não têm Conselho (Municipal de Cultura) foram orientados a fazerem consulta pública e também a buscarem formar seus Conselhos, pois são instâncias que fazem parte do Sistema de Cultura e de extrema importância na construção democrática de políticas públicas culturais", complementa, dizendo que o fórum pretende dar suporte às cidades na hora de criar chamamentos visando o repasse de subsídios aos aparelhos culturais, como também elaborar editais e compra de ativos culturais.>
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